Baseado no livro:
Dinâmica e Gênese dos Grupos - Gerald Bernard Mailhiot
Três conceitos básicos mencionados na questão:
1) Totalidade dinâmica: para Lewin todo conjunto de elementos interdependentes constitui uma totalidade dinâmica. Se os grupos são sempre totalidades dinâmicas, as totalidades estão longe de serem exclusivamente grupos. Por exemplo, a personalidade é uma totalidade dinâmica na medida em que pode ser considerada como um complexo de sistemas, de formas e de processos psíquicos.
2) Eu social: para Lewin a personalidade revela-se como uma configuração de regiões, tendo uma estrutura que ele chama de “quase-estacionária”. Quer significar com isto que é preciso conceber a personalidade como um sistema que tende a reencontrar-se idêntico a si mesmo em todas as situações. O eu (a que ele prefere chamar de ‘self’ em vez de ‘ego’) revela-se em relação às realidades sociais como um sistema de círculos concêntricos. Ao centro encontra-se o “eu íntimo”: núcleo dinâmico e formado por valores para ele fundamentais, de maior importância para o indivíduo. Em torno deste núcleo, a região intermediária é chamada pelo autor de “eu social”: apresentando sistemas de valores compartilhados com certos grupos, como os valores de classe, profissionais, etc. Na periferia da personalidade encontra-se situado o “eu público”, diferente do eu íntimo, este último é um eu aberto, constituindo a região mais superficial de uma personalidade.
3) Campo social: Para Lewin o campo social é essencialmente uma totalidade dinâmica, constituída por entidades sociais coexistentes, não necessariamente integradas entre elas. Assim podem coexistir no interior de um mesmo campo social, grupos, sub grupos, indivíduos separados por barreiras sociais ou ligados por redes de comunicações. O que o caracteriza são as posições relativas que nele ocupam os diferentes elementos que o constituem. O campo social é para Lewin uma “Gestalt”, isto é, um todo irredutível aos sub grupos que nele coexistem e aos indivíduos que ele engloba.