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ID
1913053
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
INSS
Ano
2016
Provas
Disciplina
História
Assuntos

  Eric Hobsbawm, historiador britânico, identificou períodos subsequentes do século XIX, como a Era das Revoluções (1789–1848), a Era do Capital (1848–1875) e a Era dos Impérios (1875–1914), que levaram ao triunfo global do capitalismo. Em relação ao que chamou de breve século XX (1914–1991), formado pelo impacto da Revolução Russa, o autor propôs a Era dos Extremos, permeada pela Era da Catástrofe (1914–1945) e pela Era do Ouro (1947–1973). O autor ressalta que talvez a característica mais significativa do fim do século XX seja a tensão entre a acelerada globalização e a incapacidade conjunta das instituições públicas e do comportamento coletivo dos seres humanos de se acomodarem a ela.

     Tendo o texto acima como referência inicial, julgue o item seguinte, acerca dos regimes políticos e das principais correntes ideológicas que influenciaram os períodos relatados no texto.

A vitória do movimento socialista na Rússia em 1917, ao mesmo tempo que representou maior poder coletivo aos trabalhadores, constituiu ameaça à burguesia do Ocidente, refletindo-se diferentemente em cada país. Na Itália, por exemplo, instalou-se o fascismo, regime que imobilizou as organizações dos trabalhadores e militarizou a vida social, favorecendo a dominação dos monopólios.

Alternativas
Comentários
  • Certo

    Vale lembrar que o mesmo fenômeno também se repetiu na Alemanha pré-nazismo, na qual movimentos comunistas (como a proclamação da república soviética da Baviera) foram esmagados e em anos seguintes - já no período da república de Weimar (1919-1933) - os partidos comunistas foram perseguidos, muitos de seus simpatizantes, presos, deportados e até mesmo executados pela Gestapo, SA e SS.

  • O fascismo é o sistema de governo que opera em conluio com grandes empresas (as quais são favorecidas economicamente pelo governo), que carteliza o setor privado, planeja centralizadamente a economia subsidiando grandes empresários com boas conexões políticas, exalta o poder estatal como sendo a fonte de toda a ordem, nega direitos e liberdades fundamentais aos indivíduos (como a liberdade de empreender em qualquer mercado que queira) e torna o poder executivo o senhor irrestrito da sociedade. Qual o principal elo entre o fascismo e o socialismo?  Ambos são etapas de um continuum que visa ao controle econômico total, um continuum que começa com a intervenção no livre mercado, avança até a arregimentação dos sindicatos e dos empresários, cria leis e regulamentações cada vez mais rígidas, marcha rumo ao socialismo à medida que as intervenções econômicas vão se revelando desastrosas e, no final, termina em ditadura. O que distingue a variedade fascista de intervencionismo é a sua recorrência à ideia de estabilidade para justificar a ampliação do poder do estado.  Sob o fascismo, grandes empresários e poderosos sindicatos se aliam entusiasticamente ao estado para obter proteção e estabilidade contra as flutuações econômicas, isto é, as expansões e contrações de determinados setores do mercado em decorrência das constantes alterações de demanda por parte dos consumidores.  A crença é a de que o poder estatal pode suplantar a soberania do consumidor e substituí-la pela soberania dos produtores e sindicalistas, mantendo ao mesmo tempo a maior produtividade gerada pela divisão do trabalho. Sob o fascismo, o governo se torna o instrumento de cartelização tanto dos trabalhadores (desde que sindicalizados) quanto dos grandes proprietários de capital.  A concorrência entre trabalhadores e entre grandes empresas é tida como algo destrutivo e sem sentido; as elites políticas determinam que os membros destes grupos têm de atuar em conjunto e agir cooperativamente, sempre sob a supervisão do governo, de modo a construírem uma poderosa nação. O fascismo utiliza o apoio conseguido democraticamente para fazer uma arregimentação nacional e, com isso, controlar mais rigidamente a economia, impor a censura, cartelizar empresas e vários setores da economia, escolher empresas vencedoras e privilegiá-las com subsídios, repreender dissidentes e controlar a liberdade dos cidadãos.  Tudo isso exige um contínuo agigantamento do estado policial.