SóProvas


ID
1923472
Banca
Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ
Órgão
Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Crônica

       Como o povo brasileiro é descuidado a respeito de alimentação! É o que exclamo depois de ler as recomendações de um nutricionista americano, o dr. Maynard. Diz este: “A apatia, ou indiferença, é uma das causas principais das dietas inadequadas.” Certo, certíssimo. Ainda ontem, vi toda uma família nordestina estendida em uma calçada do centro da cidade, ali bem pertinho do restaurante Vendôme, mas apática, sem a menor vontade de entrar e comer bem. Ensina ainda o especialista: “Embora haja alimentos em quantidade suficiente, as estatísticas continuam a demonstrar que muitas pessoas não compreendem e não sabem selecionar os alimentos”. É isso mesmo: quem der uma volta na feira ou no supermercado vê que a maioria dos brasileiros compra, por exemplo, arroz, que é um alimento pobre, deixando de lado uma série de alimentos ricos. Quando o nosso povo irá tomar juízo? Doutrina ainda o nutricionista americano: “Uma boa dieta pode ser obtida de elementos tirados de cada um dos seguintes grupos de alimentos: o leite constitui o primeiro grupo, incluindo-se nele o queijo e o sorvete”. Embora modestamente, sempre pensei também assim. No entanto, ali na praia do Pinto é evidente que as crianças estão desnutridas, pálidas, magras, roídas de verminoses. Por quê? Porque seus pais não sabem selecionar o leite e o queijo entre os principais alimentos. A solução lógica seria dar-lhes sorvete, todas as crianças do mundo gostam de sorvete. Engano: nem todas. Nas proximidades do Bob´s e do Morais há sempre bandos de meninos favelados que ficam só olhando os adultos que descem dos carros e devoram sorvetes enormes. Crianças apáticas, indiferentes. Citando ainda o ilustre médico: “A carne constitui o segundo grupo, recomendando-se dois ou mais pratos diários de bife, vitela, carneiro, galinha, peixe ou ovos”. Santo Maynard! Santos jornais brasileiros que divulgam as suas palavras redentoras! E dizer que o nosso povo faz ouvidos de mercador a seus ensinamentos, e continua a comer pouco, comer mal, às vezes até a não comer nada. Não sou mentiroso e posso dizer que já vi inúmeras vezes, aqui no Rio, gente que prefere vasculhar uma lata de lixo a entrar em um restaurante e pedir um filé à Chateaubriand. O dr. Maynard decerto ficaria muito aborrecido se visse um ser humano escolher tão mal seus alimentos. Mas nós sabemos que é por causa dessas e outras que o Brasil não vai pra frente.

CAMPOS, Paulo Mendes. De um caderno cinzento. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 40-42. 

Geralmente o adjetivo é elevado ao grau superlativo absoluto sintético por meio dos sufixos -íssimo e -érrimo. O adjetivo no grau superlativo absoluto sintético está INADEQUADO ao contexto no seguinte caso:

Alternativas
Comentários
  • Procurando o erro ainda...

  • Foi o prefeito que fez a questão ?

  • Alguém poderia dizer o erro da questão?

  • pensei que fosse a letra D

  • (A) Boníssima é diferente de Boníssimo.

    1. Boníssima

    Gente boa, amigos chegados, amigos mais chegados que um irmão.

    2. Boníssimo

    Excelente, ótimo

    (D) As palavras macérrimo, magríssimo e magérrimo existem e são formas corretas do grau superlativo absoluto sintético do adjetivo magro. Devem, contudo, se adequar ao tipo de discurso, ou seja, se formal ou se informal. Se referem a uma pessoa muito magra, extremamente magra. A palavra macérrimo é utilizada numa linguagem formal e as palavras magríssimo e magérrimo são utilizadas numa linguagem informal. 

     


     

  • Que chinelagem, o cara pode ta pronto pra passar na nasa mas erra uma questão dessas por não saber o dicionario de cor, que alias nem sei se tem os superlativos no dicionario...

  • Jaqueline esclareceu bem as dúvidas.

  • essa foi sacanagem... 

  • 3) Veja a forma superlativa absoluta sintética de alguns adjetivos. A primeira forma é erudita/latina (antiga) e a segunda é vernacular (atual), sempre terminada em -íssimo.
    – alto > supremo/sumo ou altíssimo
    – ágil > agílimo ou agilíssimo

    .

    – magro > macérrimo ou magríssimo (magérrimo é forma coloquial, segundo a maioria dos gramáticos)

                                                                                                                                               Fonte : A Gramática para Concursos - Fernando Pestana

    Questão polêmica. Então a letra D, segundo a minha opinão, estaria errada nesta lógica.

  • Indiquem para o comentário do professor aí galera!

  • Jacqueline Queiroz disse tudo.

  • Gab: A

  • Então o certo seria "Esta receita de escondidinho é boníssimO." ? 

  • Esta é uma daquelas questões onde visivelmente o examinador demonstrou sua insatisfação com as adaptações, que algumas vezes fazemos, conforme o caso. enfim...Ele ta ferrado, se for no Perú vai ver que tudo lá é ''buenasso''.

  • A banca queria que ao invés de "boníssimo" fosse utilizada a palavra "ótimo".

    O gramático Celso Cunha diz que tanto faz... mas a maioria dos gramáticos diz que devemos utilizar a palavra "ótimo" em contextos como este...

  • Prefeito foi fod* kkkkkkkkkkkk 

  • Boníssima vêm de BONDADE. EX: é uma pessoa boníssima.

    Boníssimo vêm de EXCELENTE. EX: essa receita é boníssimo.

  • O VOLP não registra o termo boníssima, registra apenas o boníssimo. Portanto, acredito que não existe boníssima. O certo é boníssimo. 

  • Acabei de consultar aqui no VOLP e não consta comuníssimo ou comuníssima, contudo consta boníssima (não consta boníssimo). Sendo assim o emprego de comuníssimo está incorreto?

  • ADJETIVO - GRAU ABSOLUTO SINTÉTICO - SUFIXO

     

                                                        Boníssima vêm de BONDADE.

     

                                                         Boníssimo vêm de EXCELENTE. 

     

                      - GRAU ABSOLUTO ANALÍTICO - ADVÉRBIO

     

                                                         PESSOA MUITO BOA (BONÍSSIMA)

     

                                                         PRATO MUITO BOM (EXCELENTE)

  • Que questão horrível! Esse grau superlativo absoluto sintético que quase não é usado no meio social, acho que ele só serve mesmo como pegadinha em concursos públicos. Sei que existem alguns que são bem usados, como o adjetivo "bom", que possui "ótimo" como superlativo sintético, mas quem lembra? Só quem estuda pra concurso, algo que depois será esquecido quando a tão sonhada vaga/ estabilidade for conquistada. No fim, a quantidade de superlativos iguais ao "ótimo" e que são corriqueiramente usados são ínfimos (superlativo de "baixo") no cotidiano. Esse monte de regras e ressalvas que pouco possuem conexão com a realidade prática só servem para distanciar ainda mais a população/ a periferia/ as favelas do que é tido como "norma culta"/ civilizada.

    Tudo nessa vida necessita de mudanças (melhorar) em algum ponto da sua história, inclusive a língua portuguesa (não estou falando da reforma ortográfica/ 2008,que até hoje chamam de "nova" em apostilas e livros de gramática porque parece que a população ainda não conseguiu assimilar o que tem de "novo" nela).

    PAZ# Foi só um desabafo. Abraço e bons estudos, galera.

  • Preguiça Concurseira, é exatamente por via de raciocínios assim como o seu q o Brasil tem um povo, em sua grã-maioria, de semianalfabetos; quer dizer q temos q permitir q a cada vez mais o idioma se torne algo corriqueiro? Por ter permitido isso, por termos mídia assim, q usa linguagem popular, por termos deixado de usar a língua culta, q temos milhões de pessoas q nem sequer saber usar o pronome Nõs pq só sabem dizer ¨a gente¨ e olha la, quando não o escrevem todo emendado; não concordo nem um pouco com vc e acredito q seja gente q raciocina como vc q arruína o pouco q pode ser ainda salvado; ainda bem q concursos cobram esse tipo de coisas, senão gente como vc só falaria como favelado mesmo. E veja q não discrimino o favelado, mas sim aqueles q em vez de se esforçar, apelar p as mais esfarrapadas desculpas p evitar o esforço; vir de favela não é desculpa p continuar a falar: tenho 20 ano, a gente faz, a gente come (e quando escreve, escreve agente), nós era, nós joga; outro dia passei perto de uns meninos e ouvi um deles dizer: eu e tu é dos bom...faça o seguinte, Preguiça Concurseira, junte-se a eles e podereis criar vosso mundo de alienados e semianalfabetos. Depois é só procurar um país q vos acolha e deixar o Brasil p aqueles q querem uma nação melhor, uma nação cujo povo saiba usar corretamente e de forma culta o seu idioma.

  • Calma, não falei nada sobre a conjugação verbal, uso de pronomes e nem sobre abolir o plural das palavras, Giovambattista Perillo. De fato, convivemos diariamente com muitos erros gramaticais que poderiam ser evitados. Contudo, há elementos nos seus argumentos que eu não concordo, começando pela célebre frase "quer dizer q temos q permitir q a cada vez mais o idioma se torne algo corriqueiro?". Esse deveria ser o objetivo primordial de qualquer língua, dialeto, ou seja lá o for ... A "língua", as palavras em si, não possuem vida, elas precisam de um grupo, de uma comunidade capaz de fornecer vida aquelas símbolos, signos, e isso só acontece por meio da comunicação ao longo de muitos anos. Nesse momento ocorre a magia que torna aquele conjunto de sons/ escritos em habitual, em corriqueiro. E agradeço aos Deuses antigos e novos por esse "instante" existir, caso contrário não estaríamos nos comunicando hoje. Tudo culpa do usual, do corriqueiro e do comum, q vc tanto subestima.

  • To vendo o pessoal distinguindo boníssimo de boníssima. Então a receita do escondidinho é boníssimo e o meu amigo que é gente fina é boníssima? Não faz sentido nenhum...

  • muito bom = ótimo

  • Segundo o professor, a banca fez c# doce!