"Fatores higiênicos – ou fatores extrínsecos: estão localizados no ambiente que rodeia as pessoas e abrangem as condições dentro das quais elas desempenham seu trabalho, como salário, benefícios sociais, tipo de chefia ou supervisão, condições físicas e ambientais de trabalho, políticas e diretrizes da empresa, regulamentos internos etc. São fatores de contexto e se situam no ambiente externo que circunda o indivíduo, e, como essas condições são administradas e decididas pela empresa, estão fora do controle das pessoas. Quase sempre, apenas os fatores higiênicos eram utilizados na motivação dos empregados: o trabalho era considerado uma atividade desagradável e, para fazer com que as pessoas trabalhassem mais, tornava-se necessário o apelo para prêmios e incentivos salariais, supervisão, políticas empresariais abertas e estimuladoras, isto é, incentivos situados externamente ao indivíduo em troca do seu trabalho. As pesquisas de Herzberg revelaram que, quando os fatores higiênicos são ótimos, eles apenas evitam a insatisfação e, se elevam a satisfação, não conseguem sustentá-la por muito tempo. Quando são precários, provocam a insatisfação. Devido a essa influência mais voltada para a insatisfação, são chamados de fatores higiênicos: profiláticos e preventivos, apenas evitam a insatisfação, mas não provocam a satisfação. Seu efeito é similar ao de certos remédios que evitam a infecção ou combatem a dor de cabeça, mas não melhoram a saúde. Por estarem mais relacionados com a insatisfação, são fatores insatisfacientes."
"Fatores motivacionais – ou fatores intrínsecos: estão relacionados com o conteúdo do cargo e com a natureza das tarefas que a pessoa executa. Estão sob o controle do indivíduo, pois estão relacionados com o que ele faz e desempenha. Envolvem sentimentos de crescimento individual, reconhecimento profissional e autorrealização e dependem das atividades que o indivíduo realiza no trabalho. Tradicionalmente, as tarefas e os cargos eram arranjados e definidos com a preocupação de atender aos princípios de eficiência, eliminando o desafio e a criatividade individual. Com isso, perdiam o significado psicológico para o indivíduo que os executava e criavam o efeito de “desmotivação”, provocando apatia, desinteresse e falta de sentido psicológico. O seu efeito sobre as pessoas é profundo e estável. Quando são ótimos, provocam a satisfação nas pessoas. Porém, quando são precários, eles evitam a satisfação. Por estarem relacionados com a satisfação dos indivíduos, são chamados de fatores satisfacientes."
-Chiavenato, Teoria Geral da Administração – Vol. 2, 8th Edition