Segundo Winnicott (1961/2005), pais com características esquizoides, como as presentes na esquizofrenia, fracassam de muitos modos no cuidado de seus filhos. No entanto, podem ser conscientes da própria patologia e assim entregam seus filhos aos cuidados de outras pessoas. Fortunadamente “a psicose dos pais não produz psicose nos filhos” (WINNICOTT, 1961/2005, p. 106). É fundamental que as psicoses parentais e a capacidade de uma mãe cuidar do bebê sejam consideradas em relação aos estágios do desenvolvimento da criança bem como as seguintes situações: a) perturbação dos pais: se muito perturbados, se há outras pessoas que possam assumir os cuidados dos bebês e crianças; b) se menos perturbados, se há períodos em que outros indivíduos possam entrar em cena; c) pais dotados de saúde suficiente para proteger os filhos da própria patologia, que venham a pedir ajuda a outros adultos apenas quando for necessário; d) pais que a própria patologia inclua a criança, de forma que nada possa ser feito pela mesma, sem a violação dos direitos que todo pai ou mãe têm sobre seus filhos.
Dessa forma, o item IV está errado, porque em nenhum momento Winnicott diz que os pais devem se separar quando há patologia parental e, sim, que caso a patologia dos pais inclua a própria criança, deve proteger a mesma da doença dos pais, oferecendo a elas cuidados adequados para o desenvolvimento em um ambiente suficientemente bom: uma alternativa é a adoção, por exemplo. Outro ponto do item IV que está errado, é onde ele diz que se deve optar pelo divórcio antes da atenção clínica, sendo que isso viola os princípios dos direitos humanos de proceder com promoção de saúde e prevenção de doenças sempre preservando a família, no caso da criança, ainda mais quando uns dos genitores podem oferecer um ambiente suficientemente bom para a criança.