(...) Que utilidade tem o esboço de realidades complexas para guiar processos cujo desenvolvimento se define no próprio curso de realização da prática, quando os que a desenvolvem agem tomando decisões com juízo de valor? Primeiramente, como já destacamos ter em mente a complexidade de elementos que intervêm na situação, como fazê-lo concretamente depende de que conteúdo se aplique e em que contexto se opere. Numa reflexão geral, lembramos que, do ponto de vista formal, quando se planeja se realiza uma série de operações. O plano dos professores/as não consiste na execução de certas práticas ajustadas a normas técnicas, mas na realização dessas operações dos mais diversos modos, referentes a uma certa parcela do currículo, a alguns alunos/as, numa situação, etc.:
a) Pensar ou refletir sobre a prática antes de realizá-la.
b) Considerar que elementos intervêm na configuração da experiência que os alunos/as terão, de acordo com a peculiaridade do conteúdo curricular envolvido.
c) Ter em mente as alternativas disponíveis: lançar mão de experiências prévias, casos, modelos metodológicos, exemplos realizados por outros.
d) Prever, na medida do possível, o curso da ação que se deve tomar.
e) Antecipar as consequências possíveis da opção escolhida no contexto concreto em que se atua.
f) Ordenar os passos a serem dados, sabendo que haverá mais de uma possibilidade.
g) Delimitar o contexto, considerando as limitações com que contará ou tenha de superar, analisando as circunstâncias reais em que se atuará: tempo, espaço, organização de professores/as, alunos/as, materiais, meio social, etc.
h) Determinar ou prover os recursos necessários. (...)
[ Fonte: livro Compreender e transformar o ensino, 4.ed. Por Gimeno Sacristán,A. I. P. Gómez, página 205 ]