SóProvas


ID
2013856
Banca
FUMARC
Órgão
Câmara de Conceição do Mato Dentro
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO 1

Meninxs, eu vi!

Na coluna ‘Palavreado’, Sírio Possenti discute as relações entre gênero gramatical e gênero social. Será realmente necessário alterar a concordância de certas expressões para evitar o sexismo?

                Por: Sírio Possenti

                Publicado em 26/11/2015

    A pretexto de incluir todos os gêneros, o colégio D. Pedro II, no Rio de Janeiro, passou a adotar, em comunicados oficiais, uma grafia que elimina Os e As em palavras como “alunos” e “alunas”, substituindo essas letras por X: “alunxs”. A opção faz parte de uma pletora de casos em que se pretende corrigir aspectos da língua e de textos, supostamente por serem ofensivos, excludentes ou inexatos.

     Na categoria dos inexatos está, por exemplo, a intervenção (basicamente da Rede Globo, mas que pegou) visando corrigir a expressão “risco de vida” por “risco de morte”. A ideia é que risco para a vida não é risco de vida, que significaria risco de viver.

     A análise da expressão, sem considerar seu domínio semântico mais amplo, corre o risco de ser falsa. No mínimo, deveriam ser levadas em conta construções como “arriscar a vida”, que significa 'correr risco de perder a vida' (análoga a “arriscar o salário nos cavalos”, que significa, evidentemente, 'correr risco de perder o salário...'). É o que se pode ver nos bons dicionários (Houaiss registra "arriscar: expor a risco ou perigo") e mesmo em outras línguas (como risquer la vie, em francês, cf. Petit Larousse). Em suma: ninguém arrisca a morte, ninguém arrisca perder o que não tem. Por isso, só se corre risco de vida.

    Outras correções são tão ou mais bobas que esta. Por exemplo, “quem tem boca vaia Roma”, por “vai a Roma”; “batatinha quando nasce, põe a rama pelo chão” por “se esparrama pelo chão”; “matar a cobra mostrar a cobra”, em vez de “mostrar o pau” etc.

     Sabe-se que as línguas mudam. Em geral, fazem isso seguindo forças mais ou menos ‘ocultas’. Políticas linguísticas dificilmente interferem em questões como o sentido das palavras ou de textos, pequenos ou grandes. Elas podem registrar, inibir ou incentivar. Mas não criam nem desfazem fatos.

     Os casos acima mencionados podem ser considerados, além de tudo, erros de análise. Provérbios não são literais: “quem tem boca vai a Roma” significa que, perguntando, pode-se chegar a qualquer lugar (não se trata de boca, mas de fala, nem de Roma, mas de qualquer lugar).

Ref.: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/meninxs-eu-vi [adaptado]

Considere o texto “Meninxs, eu vi!” para responder a questão.

Entre os sintagmas seguintes, indique aquele que poderia servir de título para o texto de Sírio Possenti:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO B

     

    Gènero, pois no começo do texto cita a experiência do colégio em alterar os nomes em vez de usar alunos ou alunas usa-se “alunxs” e a lingua, pois no texto fala de vários ditados populares.

  • Pessoal.

     

    Esse tipo de questão não é muito difícil, e precisamos além de ler atentamente o texto e interpretá-lo, a fim de identificarmos a tese. Encontrando a tese do texto, fica mais claro qual sintagma poderíamos escolher como título. Vejamos

     

    Tese: A tese do texto é a primeira afirmativa  DO AUTOR. A primeira afirmativa é todo o primeiro parágrafo.

     

    Bom, como achamos a tese, precisamos destacar aquilo que é o centro da tese, não a idéia ou ação, mas aqui que a motiva. 

     

    1º P " A pretexto de incluir todos os GENÊROS, o colégio D. Pedro II, no Rio de Janeiro, passou a adotar, em comunicados oficiais, uma grafia que elimina Os e As em palavras como “alunos” e “alunas”, substituindo essas letras por X: “alunxs”. A opção faz parte de uma pletora de casos em que se pretende corrigir aspectos da LINGUA e de textos, supostamente por serem ofensivos, excludentes ou inexatos.

     

    Agora perceba que achamos o centro da tese, e não podemos substítuí-la nem alterá-la, pois podemos fazer todo texto ficar sem sentido. O centro da tese é aquilo que o aspecto principal sobre o que está sendo desenvolvido.

     

    Logo a única alternativa correta é a letra B

  • Eu fiz pelo seguinte raciocinio meninXs (só lembrar do cromossomo X que diferencia o gênero de cada um), eu vi ( qual palavra de mesmo campo semântico mais se assemelha como vi-visão-? língua)

    Logo, gab. B