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A meu ver, a Geografia Crítica apresenta viés marxista. Logo, ela critica a sociedade capitalista. Jamais defenderia que os agentes hegemônicos do capital são importantes para a minimização das desigualdades urbanas. Pelo contrário, segundo a percepção crítica/marxista, os agentes hegemônicos visam a acumulação de capital, ampliando progressivamente as disparidades.
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Os agentes hegemônicos do capital dentro de um sistema capitalista sao os que mais contribuem para aumentar a desigualdade em todas as esferas.
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Erro: reconhece a importância dos agentes hegemônicos do capital na minimização das disparidades urbanas.
Não reconhece, pois "O principal ponto dela é o Marxismo (luta de classes), e com sua principal critica que é voltada contra o capitalismo."
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia_cr%C3%ADtica
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O erro não está no fato da geografia crítica reconhecer os agentes hegemônicos do capital, isso é uma das premissas da teoria. O erro está em dizer que estes agentes minimizam as disparidades urbanas, porque a lógica é justamente o contrário, já que esta teoria marca a transposição da análise hierárquica Cidade > campo para uma análise hierárquica dentro da cidade.
Ver conceito de periurbanização
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Dizer " a importância dos agentes hegemônicos do capital na minimização das disparidades urbanas." não é o mesmo que dizer que eles a produzem, mas que são importantes no fenômeno. Se não, não haveria a crítica, mas só a condenação dos tais agentes hegemônicos. O erro de "português" da banca levou ao erro de "geografia" do candidato aqui. É uma linguagem obtusa.
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O que é importante saber sobre a geografia crítica? (Questão discursiva já cobrada em 3 fase)
- A relação social não é relação natural. O território não é uma objetividade natural que domina a sociedade.
- Anos de 1960 a 1970 - as problemáticas urbanas exigiram novo arcabouço geográfico.
- Inspiração marxista.
- Destacam-se Milton Santos, com a obra Por uma Geografia Nova e David Harvey, com A justiça social e a cidade.
- A sociedade só poderia ser analisada e compreendida, em cada momento do tempo, por meio da periodização do espaço geográfico, reciprocamente.
- Para essa corrente geográfica, que engloba diversas tendências diferentes, o espaço funcionaria como, ao mesmo tempo, conteúdo e contingente, pois agregaria tanto elementos sistêmicos quanto os agentes que conformam o sistema.
- Seria, como afirma Milton Santos, uma forma-conteúdo em que um processo vivo de construção tem lugar. Milton Santos trabalha, para além do conceito de espaço, aquele de paisagem. Para o autor baiano, o conceito de paisagem seria importante, pois é através dele que se percebem as “acumulações desiguais de tempo”, que são centrais para as análises geográficas.
- Ao afirmarem que nada ocorre despropositadamente, centram no conceito de espaço a sua crítica, pois este ofereceria os instrumentos e revelaria os agentes que atuam na construção da história e na transformação da sociedade.
- Essa perspectiva negava a autonomia do homens na produção do espaço geográfico, na medida em que este era resultado das relações de produção ou infraestrutura.
- Segundo Harvey, o capitalismo, de tempos em tempos, sofre processo de engessamento que dificultam a acumulação de capital, o que leva a uma reestruturação dos modos de produção.
Fonte: Trechos retirados do Guia de Estudos - as melhores (e as piores) respostas dos aprovados no CACD.
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Na MAXIMIZAÇÃO ISSO SIM!!
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A questão acima pede para que o candidato julgue uma afirmação que fala sobre a Geografia Crítica e o seu foco de análise.
Para responder corretamente a questão é importante que o candidato saiba em qual contexto histórico surge a Geografia Crítica, e qual o seu método de análise que eles propõem para a ciência geográfica.
A Geografia Crítica surge na década de 1970, no auge do Neoliberalismo e no início da consolidação do processo de Globalização. Nesse período, essa escola do pensamento geográfico surge com a ideia de romper com a Geografia Quantitativa, que segundo os idealizadores dessa corrente de pensamento, era uma Geografia neutra, sem crítica e que servia apenas para atender aos interesses dos estados nacionais.
Em contraponto com a Geografia Quantitativa, a Geografia Crítica surge para identificar os problemas, contradições e desigualdades que ocorriam em todo o espaço geográfico. Além disso, essa Geografia tinha como objetivo desvendar os problemas sociais e econômicos que eram causados pelos agentes hegemônicos (que representam o grande capital e o estado), que com seu poder e hegemonia causava as desigualdades sociais e espaciais no mundo.
Sendo assim, podemos dizer que a Geografia Crítica de fato estudava a importância dos agentes hegemônicos do capital, mas não os discutiam no sentido deles minimizarem as disparidades urbanas, e sim como causadores e responsáveis por essas disparidades.
Portanto, a afirmação está ERRADA.
Gabarito do Professor: ERRADO.