Na verdade, a origem do lide remonta à retórica grega e romana. A questão erra em chamar retor (Professor de retórica) de "reitor". O professor Francisco Karam (UFSC) já abordou esse assunto em inúmeras publicações, entre elas:
http://revistaalceu.com.puc-rio.br/media/Alceu19_Karam.pdf
Entre muitos outros destacados retores gregos, cabe lembrar também Hermógenes de Tarso, que, depois de exercer o ofício de orador, escreveu manuais de técnica oratória, já por volta do final do século II d.C. São conhecidos os tópicos de Hermógenes, que ele chama “do princípio ao fim”, que consiste em responder Quem? Quê? Quando? e Por Quê?, adaptações das categorias de Aristóteles (López Eire, 2002:250) e mais tarde, como exposto, abordados por Cícero e outros estudiosos. Vários outros retores e oradores produziram artigos ou textos mais longos tratando dos elementos do discurso e sistematizando aspectos que deveriam ser levados em conta no uso da linguagem e no relato, entre eles Isócrates, Aristides, Péricles, Temístocles, Dionísio de Halicarnaso, Demóstenes, Hermágoras de Temno e Quintiliano.
(...)
A retórica, divindindo-se em inventio, dispositio, elocutio, memória, actio ou pronunciatio trouxe fundamentais bases narrativas ao próprio jornalismo, constituindo as bases argumentativas que leva do fato à interpretação, do acontecimento às possibilidades distintas de narração. No caso específico do jornalismo, a escolha dos temas e a emergência de fatos; a seleção dentre muitos acontecimentos e formas de narrar; a ordenação ou hierarquização informativos; a nomeação; a lógica e o estilo, tão tratados por diversos autores, por exemplo Lage (2005), correspondem, no contexto conceitual, à lógica procedimental da atividade jornalística e de sua representação (ou reapresentação) do mundo de forma imediata, centrada no presente ou no que aparece como presente, ainda que ocorrida no passado, e dirigida a um auditório, tentando convencê-lo da validade do discurso, da ocorrência dos eventos e da relevância para a vida pública