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ID
2068216
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2016
Provas
Disciplina
História
Assuntos

      Nas revoltas e guerras, um dos sons mais significativos, pela carga de dor que traz e pelos desdobramentos político-sociais que produz, é o dos tiros. A década de 30 do século XX começou com um dos eventos mais decisivos da história do Brasil, não importando se sua designação consagrada — Revolução de 1930 — tenha suscitado muitos debates na área acadêmica sobre seu real ou autêntico caráter revolucionário, como movimento de transformação das estruturas socioeconômicas do país. Entre esses dramáticos sons de abertura e desfecho, ainda houve uma guerra civil (a Revolução Constitucionalista de 1932). Além disso, esse foi o momento em que eclodiu a Segunda Guerra Mundial, cujos impactos na vida política e econômica brasileira foram grandes.


Angela de Castro Gomes. As marcas do período. In: Lilia Moritz Schwarcz (Dir.). História do Brasil nação: 1808-2010. Vol. 4 (Olhando para dentro: 1930-1964). Madri: Fundación Mapfre; Rio de Janeiro: Objetiva, 2013, p. 24 (com adaptações).

Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue (C ou E) o item subsequente, considerando o contexto histórico brasileiro a partir da última década da Primeira República.

Ao mencionar os grandes “impactos na vida política e econômica brasileira” produzidos pela Segunda Guerra Mundial, o texto remete à vitoriosa ação diplomática que levou o país a participar diretamente desse conflito ao lado dos Aliados, o que lhe ajudou a fundar sua indústria de base (siderurgia) e, por ter lutado contra o totalitarismo nazifascista, estimulou a luta interna contra o ditatorial Estado Novo.

Alternativas
Comentários
  • "ajudou o Brasil a fundar sua indústria de base" de fato, os Estados Unidos ofereceram fundos para que o Brasil tivesse sua primeira Compania Siderúrgica durante o período da Segunda Guerra Mundial. 

     

    A chamada política de boa vizinhança praticada pelo então presidente Franklin Delano Roosevelt, que, entre outros incentivos econômicos e comerciais, financiou a construção de uma gigantesca siderúrgica, a Companhia Siderúrgica Nacional.

     

    A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi criada durante o Estado Novo por decreto do presidente Getúlio Vargas, após um "acordo" diplomático, denominado Acordos de Washington, feito entre os governos brasileiro e estadunidense, que previa a construção de uma usina siderúrgica que pudesse fornecer aço para os aliados durante a Segunda Guerra Mundial e, na paz, ajudasse no desenvolvimento do Brasil.

     

    FONTES: https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil_na_Segunda_Guerra_Mundial

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_Sider%C3%BArgica_Nacional

  • Sobre o combate ao nazifascismo ter gerado luta interna contra o Estado Novo, oposicionistas como os do Manifesto Mineiro e da Coluna Prestes, entre outros, exerceram pressão pró-democratização que culminou com a deposição de Vargas do poder em 1945.

  • CERTO

  • Correto.

    Os soldados que haviam lutado contra o nazifacismo começaram a questionar o governo de vargas, esse motivo e muitos outros desencadeou a sua saída.

    Apesar de alguns terem morrido, os soldados voltaram como vitoriosos porque o Eixo foi derrotado e poucos dos seus soldados foram dilacerados. Resumindo: poucos voltaram sem perna, braço, etc.

  • Quando o texto fala em "participar diretamente desse conflito ao lado dos Aliados", não concordo. o EXÉRCITO brasileiro participou de forma indereta, dentro das tropas americanas.

  • Lógica da questão; os pracinhas lutaram  lá fora por democratização, então não faria sentido permanecer em um regime ditadorial em seu país de origem.  

  • Victoriosa acao diplomat????

  • Vitoriosa ação diplomática porque o Brasil ficou "neutro", hora apoiava os EUA e hora a URSS. Com isso conseguiu negociar com os dois. Mais tarde, após ser aconselhado numa reunião no rio de janeiro, apoiou os aliados. O Brasil entrou diretamente na guerra após ter seus navios bombardeados pela alemanha. Dos países sulamericanos apenas argentina e chile não quiseram defender os aliados. A participação na guerra rendeu ao Brasil visibilidade internacional e fez com que conquistasse lugar nas reuniões da ONU.

     

  • Gab: Correta

     

    O Brasil manteve-se neutro na maior parte do conflito, havendo negociações com ambos os lados. Apenas ao final, o país se viu "forçado" a escolher um dos lados, juntando-se aos Aliados - um dos requisitos para a assinatura da Carta da ONU era a concordância diplomática contra o Eixo.

    Outro país que "declarou guerra" contra o Eixo foi a Argentina, buscando ser signatário na referida carta - na prática, a declaração foi meramente diplomática.

  • Questão polêmica, porém , CORRETA.

    Pós 2 GM , ( VARGAS ) que REALMENTE(SOB PRESSÃO) APOIOU os aliados, COM O ENVIO DA FEB A 2GM,   que eram maioria (democraticos ) com exceção da URSS , foi contestado por viver em um regime ditatorial e apoiar os democratas ( VISANDO QUE O MAIOR PARCEIRO ECONOMICO ERA O EUA ( ALIADOS ) , VARGAS bobo que não era , voltou ,e vendo a proporção dessa contradição, criou partidos politicos ( PTB + PSD +  PCB + UDN ), que não adiantou muito , pois em 45 , com a força da oposição , vargas RENUNCIA , tendo assim novas eleições e sendo por voto direto eleito ( EURICO GASPAR DUTRA) ALIADO DE VARGAS , NO QUAL TAMBÉM EM ELEIÇÕES , VIROU SENADOR.

  • Marquei ERRADA  pelo " participado diretamente desse conflito "

  • Participado diretamente do conflito é sacanagem rs

  • Correto.
    o Brasil participou sim diretamente na segunda guerra, enviando tropas da FABI( Força Aérea Brasileira ), e alguns soldados do exécito para lutar ao lado dos alidos na guerra.

  • Paulynne Costa é FAB e não FABI (Isso é apelido de alguém).

  • Esta nova posição contra o Estado Novo se deu principalmente no meio militar. Como vimos na aula, alguns militares não aceitariam mais a posição de coadjuvantes do processo político brasileiro. Nos anos da Segunda Guerra, muitos oficiais haviam se impressionado com a organização e o poderio do Exército norte-americano e começavam a demonstrar descontentamento com a ditadura personalista de Getúlio Vargas.

    Gabarito CERTO

  • Uma dos motivos da queda do estado Novo está justamente na contradição que se evidenciou na luta contra o autoritarismo externo e a política ditatorial interna Varguista.

  • VARGAS DURANTE A SEGUNDA GUERRA - Foi ditador no brasil e pacificador fora do brasil. Isso estimulou o seu fim.

  • Certo:

    Brasil passou a participar do conflito a partir de 1942. ... A princípio, a posição brasileira foi de neutralidade. Depois de alguns ataques a navios brasileiros, Getúlio Vargas decidiu entrar em acordo com o presidente americano Roosevelt para a participação do país na Guerra.

  • O Brasil entrou efetivamente na segunda guerra mundial em 1944, com o envio de aproximadamente 25 mil soldados, que lutaram na frente de batalha do norte da Itália. Além disso, aviadores amadores brasileiros foram treinar e lutar com a Força Aérea dos EUA . A marinha mercante brasileira participou de comboios de envio de tropas, suprimentos e armamentos para os Aliados no palco de guerra europeu. 

    No entanto, o governo brasileiro já havia rompido relações diplomáticas com Itália e Alemanha desde agosto de 1942. Em represália navios mercantes brasileiros foram atacados no Atlântico, o que levou a manifestações populares pedindo a participação direta no conflito. Tal participação, entretanto, só ocorreu após ajustes difíceis com os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, já que as vitórias aliadas no norte da África, em novembro de 1942, reduziram consideravelmente a importância estratégica do Nordeste do Brasil e, por extensão, as possiblidades de reequipamento das Forças Armadas brasileiras, o que era demanda de Vargas para que tropas fossem enviadas. 

    Finalmente foi criada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), que levou o Brasil ao teatro de operações na Itália. Como resultado da cooperação brasileira, os EUA tiveram exclusividade de fornecimento de matérias primas como algodão e cacau, e,  financiaram e forneceram auxílio tecnológico para a construção da Siderúrgica de Volta Redonda, fundamental para nossa política industrial. Por outro lado, no plano da política externa, a participação na guerra não chegou a favorecer o objetivo do Brasil de se tornar um ator influente na construção da nova ordem internacional.

    Assim sendo, é possível afirmar que a participação direta do Brasil na segunda grande guerra resultou em um impacto significativo na situação econômica e política do país: construção de base para a industrialização e questionamento do modelo de política de Vargas, autoritária e centralizadora, com sérias aproximações com o nazifascismo que os brasileiros ajudaram a combater, sendo que muitos tombaram por isso. Evidencia-se a contradição entre política interna e política externa, o que desgasta o governo estadonovista. 

    A afirmativa é verdadeira. E, o tema tratado não apresenta maiores dificuldades de bibliografia , pois o período do Estado Novo é bastante explorado pela historiografia brasileira. As obras citadas na bibliografia para estudo, fornecida pelo Instituto Rio Branco são fundamentais, sendo várias delas consideradas clássicas. 
    Gabarito do Professor: CERTO.
  • Ao declarar guerra ao “Eixo” em 31 de agosto de 1942, Getúlio Vargas contrariava, assim, a essência de muitas das concepções políticas que então defendia.

    A polêmica decisão tomada por Vargas foi claramente motivada pelas pressões da diplomacia estadunidense. Temerosos da perigosa aproximação dos governos latino-americanos com os “fascismos”, os Estados Unidos desenvolveram um projeto que, propositadamente chamado de “Política da Boa Vizinhança”, buscava aproximá-los das demais nações do continente. Através de incentivos financeiros e da aproximação cultural, tais regiões foram sendo progressivamente anexadas à área de influência norte-americana, passando a integrar, consequentemente, o bloco dos “Aliados”.