Wilhelm von Humboldt
Humboldt defende no seu famoso ensaio que o Estado que tenta oferecer mais aos cidadãos que a segurança física, irá inevitavelmente destruir a liberdade e a criatividade dos seus cidadãos.
HEGEL
O Estado para Hegel é um todo ético organizado, isto é, o verdadeiro, porque é a unidade da vontade universal e da subjetiva. É, como entende o referido autor, a substância ética por excelência, significando com isso que Estado e a constituição são os representantes da liberdade concreta, efetiva.
FONTE: http://www.liberal-social.org/wilhelm-von-humboldt
http://brasilescola.uol.com.br/filosofia/sobre-estado-filosofia-direito-hegel.htm
Wilhelm von Humboldt defendia que o Estado deveria apenas oferecer a segurança física aos seus cidadãos. Se suas atribuições ultrapassassem esse item, a liberdade e a criatividade seriam destruídas, porque limitadas. Assim, a liberdade é fator para a busca pelo desenvolvimento pessoal. Para Hegel, entretanto, o Estado, formado pela vontade universal e subjetiva, é representante da liberdade concreta. Isso significa que o indivíduo tem uma relação jurídica com o Estado, que está acima dele e faz-se necessário para a realização da liberdade.
Onde está o contraste? Enquanto Humboldt percebe o Estado com poucas atribuições, Hegel o percebe como atuante na sociedade.
CERTO
A questão proposta não é fácil e exige conhecimentos bastante específicos acerca das nuances que o projeto liberal pode apresentar. Isto demanda o conhecimento de uma literatura mais abrangente, que explicite as especificidades de autores que apresentam suas ideias acerca do liberalismo. No caso específico da questão proposta, a comparação é feita entre dois autores de língua alemã: Humboldt e Hegel.
No caso de Humboldt percebe-se a crítica à ação do Estado entendida como oposta à ideia de Liberdade. Há aqueles que defendem que sua história de vida influenciou sua rejeição à burocracia de Estado, principalmente o Estado prussiano de sua época. Por sua origem familiar e a trajetória que o levou a ser parte do funcionalismo público, ainda que de alto nível, era, para Humboldt, um cerceamento de sua liberdade de ação e de escolha de sua proposta de vida.
Segundo publicação da revista Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 140/5 , editada pelos professores doutores . A.A.Bispo, e. H. Hülskath
“Foi a sua própria experiência pessoal restrição de sua liberdade em autodesenvolver-se devido a conjecturas relativas à segurança e à carreira, assim como do espírito reinante no sistema do funcionalismo prussiano que, justificada teoricamente por ideias que recebera na sua formação que o levou a questionar fundamentalmente o papel do Estado."
Assim, Humboldt defendia que cabia ao Estado uma atuação limitada cabendo-lhe impedir males e cuidar da segurança dos indivíduos. Também cuidar da Justiça e de deveres policiais e militares. Ele condenou toda tentativa do Estado de entrar em assuntos particulares dos cidadãos, com exceção daqueles imediatamente vinculados à violação de direitos.
Já para outro alemão, Hegel, O Estado é um todo ético organizado. Ele é verdadeiro, porque resulta da união da vontade universal e da subjetiva. É assim como entende a substância ética por excelência, significando com isso que Estado e a constituição são os representantes da liberdade concreta, efetiva. O estado, respaldado e orientado pela constituição, garante – e não cerceia- a liberdade efetiva. Por conseguinte, Hegel não vê, como Humboldt o faz, uma possível contradição entre Liberdade e Estado
A afirmativa, por conseguinte, está correta.
E, para entender e responder corretamente a questão é preciso estudo atento da bibliografia fornecida pelo Instituto Rio Branco. Como por exemplo o livro de onde foi retirado o trecho da entrada da questão: Liberalism in nineteenth-century Europe. The political culture of limited suffrage, de Alan S. Kahan.
Gabarito do Professor: CERTO.