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ID
2070487
Banca
FCC
Órgão
DPE-BA
Ano
2016
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

Considere o trecho a seguir:


“(...) logo após tomar todas as medidas necessárias para a extinção definitiva do tráfico, a Bahia passou da posição de importador à condição de exportador de escravos. Dessa forma, negros a todo preço seriam deslocados do norte para o sul já nos primeiros anos da década de 1850, num movimento contínuo, e que, apesar de altos e baixos, só se encerraria na década de 1880”.

(SILVA, Ricardo Tadeu Caires. A participação da Bahia no tráfico interprovincial de escravos (1851-1881). p. 2. In: 3o Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional. Universidade Federal de Santa Catarina,2007.Disponívelem:http://www.escravidaoeliberdade.com.br/site/images/Textos3/ricardo%20tadeu.pdf. Acesso em: 10 de julho de 2016)

Para compreensão histórica do fenômeno descrito acima, devem ser considerados os seguintes fatores:


I. A alta do preço do café, no mercado mundial, que impulsionou sua produção no sudeste e a demanda por mão de obra escrava, de difícil aquisição via tráfico internacional a partir de 1850.

II. O impacto da Guerra de Secessão norte-americana, que prejudicou as exportações do algodão produzido no nordeste e obrigou os proprietários a se desfazerem de parte de seus contingentes de escravos.

III. A importância da Bahia no tráfico atlântico, província onde os traficantes resistiram mesmo após a extinção do tráfico, com certo apoio das autoridades locais.

IV. A pujança econômica da produção canavieira, que atraiu investimentos na modernização dos engenhos, processo que resultou na dispensa de mão de obra.


Está correto APENAS o que se afirma em:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: C

    Os itens II e IV estão incorretos, pois a guerra de Secessão norte americana não prejudicou a exportação do algodão no nordeste brasileiro, pelo contrário, favoreceu o aumento da produção e a exportação pelo Brasil. Também não obrigou os proprietários a se desfazerem de parte de seus contingentes de escravos. Os itens I e III são os corretos: mesmo após a extinção do tráfico, a Bahia passou a ser exportadora de escravos, segundo o tem III, os quais eram levados para utilização como mão-de-obra na produção do café, em São Paulo, conforme o item I.

    O item “A participação da Bahia no tráfico interprovincial de escravos”, cujas informações respondem a esta questão:

    “Ao lado do açúcar, a compra e venda de escravos se tornou muito lucrativa, o que deu origem ao tráfico negreiro, como mais um produto do complexo mercantilista”. Os portugueses comercializaram escravos a partir do século XV; outros países da Europa, a partir do século XVI. A Bahia estabeleceu sua hegemonia no tráfico a partir do século XVII. Mesmo com a Lei Antitráfico, de 1831, continuou, de forma ilegal, importando africanos até a década de 1850. Assim, passou à posição de exportadora de escravos para outras províncias do Brasil, até a década de 1880, com a extinção definitiva do tráfico, em 1885. Os escravos eram levados para Minas Gerais, que distribuía para o Rio de Janeiro e São Paulo (para a produção cafeeira, entre 1851 até 1855).

  • O texto associado aborda a distribuição da população escravizada na segunda metade do século XIX.

    Análise das alternativas

    I - A partir de 1850 foi proibido o tráfico Atlântico de africanos escravizados o que dificultou muito a manutenção do fluxo constante. Afirmativa correta.

    II - O sul dos EUA era grande produtor de algodão e sua participação na guerra impulsionou a produção nordestina que substituiu a região como fornecedor das empresas britânicas. Afirmativa errada.

    III - Os grandes engenhos da Bahia criavam a demanda por africanos escravizados em grande quantidade, mesmo após o fim do tráfico internacional em 1850, o que explica  a manutenção da atividade na região. Afirmativa correta

    IV - A modernização do engenhos é obra bem posterior ao período a que se refere o texto.  Afirmativa errada. 


    Gabarito do professor: C) I e III Alternativa correta.