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ID
2089654
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
EBSERH
Ano
2016
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Paciente masculino, 52 anos, é etilista e portador de Hepatite C crônica não tratada. Foi atendido no serviço de saúde e se apresenta ictérico, com abdome ascítico e queixas de mal-estar geral. Sobre a Hepatite C crônica, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • As hepatites mais comuns são A (fecal-oral),B (sangue e sexual),C (sangue). Mais é necessário compreender todas.

    - Hepatite A
    Transmitida normalmente através de alimentos ou contato pessoal. Vem e dura aproximadamente 1 mês. É uma infecção leve e cura sozinha. Existe vacina.
    - Hepatite B
    Transmitida principalmente através de relações sexuais e contato sanguíneo. Existe vacina. Age surdamente no fígado por até 20, 30 anos. Leva à cirrose, ao câncer de fígado e à morte. Há tratamento. As curas totais são raras, mas é possível conviver com a doença, tratando-a por períodos de tempo variáveis.
    - Hepatite C
    A maior epidemia da humanidade hoje, superior à AIDS/HIV em 5 vezes. A transmissão é por contato sanguíneo, via transfusões, dentistas, seringas compartidas, etc. Não se transmite por sexo (a menos que haja sangramento mútuo) Não tem vacina. Existem subdivisões de seu vírus (o genótipo 1, 2 e 3 e os raros 4, 5 e 6). Existem, no mundo cerca de 200 milhões de pessoas que carregam o vírus da hepatite C.
    A hepatite C é a principal causa de transplantes de fígado, respondendo por 40% dos casos. Pode causar cirrose, câncer de fígado e morte.
    Hepatite D 
    A infecção causada pelo vírus da hepatite D (VHD) ocorre apenas em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B.

    Em pacientes cronicamente infectados pelo vírus da hepatite B, a infecção concomitante com o VHD acelera a progressão da doença crônica.

    A vacinação contra a hepatite B também protege de uma infecção com a hepatite D. 
    Hepatite E 
    É causada pelo vírus da hepatite E (VHE) e transmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral), provocando grandes epidemias em certas regiões.

    A hepatite E não se torna crônica. Porém, mulheres grávidas que foram infectadas pelo vírus da hepatite E podem apresentar formas mais graves da doença.

    Felizmente, hábitos de higiene adequados e um melhor controle da qualidade da água utilizada pelas pessoas podem evitar o contato com esse vírus.

    Hepatite F 
    Relatos recentes demonstram que não se confirmou a identificação do vírus da hepatite F (VHF), portanto este tipo de hepatite pode ser desconsiderado.

    Hepatite G 
    O vírus da hepatite G (VHG), também conhecido como GBV-C é transmitido através do sangue, sendo comum entre usuários de drogas endovenosas e receptores de transfusões.

    O vírus G também pode ser transmitido durante a gravidez e por via sexual. É frequentemente encontrado em co-infecção com outros vírus, como o da hepatite C (VHC), da hepatite B (VHB) e da Aids (HIV).

  •  a) ERRADA. Na hepatite C crônica, o Anti-HCV apresenta-se reagente por mais de seis meses e a confirmação diagnóstica se dá com HCV-RNA detectável.

     

     b) CORRETA.

     

     c) ERRADA. A evolução natural da hepatite C e os resultados de seu tratamento estão fortemente relacionados à intensidade da fibrose hepática. Esta, por sua vez, é fortemente influenciada pela existência de comorbidades – como a síndrome metabólica, a obesidade, o etilismo e a coinfecção por HIV.

     

     d) ERRADA. Nos pacientes com cirrose hepática instalada, a erradicação do HCV não remove o risco de hepatocarcinoma ou descompensação clínica.

     

     e) ERRADA. Devido às características fisiopatológicas da infecção crônica pelo HCV, é necessário que as consultas sejam realizadas no mínimo 4 vezes ao ano. Esta rotina deve ser individualizada nos pacientes em que a terapêutica foi recém-iniciada ou que o risco de eventos adversos exige cuidado prioritário.

     

    Fonte: Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções (2015)

  • Atualizando...

     

    Devido às características fisiopatológicas da infecção crônica pelo HCV, é necessário que as consultas sejam realizadas, no mínimo, DUAS vezes ao ano. Essa rotina deve ser individualizada nos pacientes em que a terapêutica foi recém-iniciada ou quando o risco de eventos adversos exige cuidado prioritário.

     

    Nos casos mais graves, ocorre progressão para cirrose e descompensação hepática, caracterizada por alterações sistêmicas e hipertensão portal – evoluindo com ascite, varizes esofágicas e encefalopatia hepática (MINCIS, 2008). Na ausência de tratamento, ocorre cronificação em 60% a 85% dos casos; em média, 20% podem evoluir para cirrose, e de 1% a 5% dos pacientes desenvolvem carcinoma hepatocelular (CHARLTON, 2001).

     

    Fonte: PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS PARA HEPATITE C E COINFECÇÕES, 2017

    Obs: Hoje a letra D, também encontra-se CORRETA, assim como a Letra B

     

    Aprofundando...

    - A hipertensão portal é a elevação da pressão na veia porta. Ela é causada mais frequentemente por cirrose (em países desenvolvidos), por esquistossomíase (em áreas endêmicas) ou por alterações vasculares hepáticas. Como resultado, pode haver sangramento por varizes esofágicas e encefalopatia portossistêmica. 

    - A veia porta é um vaso sanguíneo que garante a circulação do sangue desoxigenado dos órgãos digestivos e do baço para o fígado. É uma veia de grande calibre, vinda da fusão entre a veia mesentérica superior e a veia esplênica

     

    Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-hep%C3%A1ticos-e-biliares/abordagem-ao-paciente-com-doen%C3%A7a-hep%C3%A1tica/hipertens%C3%A3o-portal

    https://saude.ccm.net/faq/1902-veia-porta-definicao

     

     

  • gabarito B