“No mundo dos negócios nunca se obtém aquilo que se quer, mas sim aquilo que se negocia”. (Chester Karrass)
Em 1969, o engenheiro e empresário João Augusto Conrado do Amaral Gurgel fundou uma fábrica de carros chamada Gurgel e conseguiu produzir 43 mil veículos genuinamente brasileiros durante 27 anos de existência. Em 1993, completamente endividada e enfraquecida pelas multinacionais, a Gurgel pediu concordata, fechando suas portas no ano seguinte.
De acordo com o contexto organizacional em que a história da Fábrica estava inserida nos de 1988 a 1993, podemos destacar dois elementos que fizeram da Gurgel somente uma promessa. Primeiramente, a Empresa se tornou alvo de multinacionais devido ao seu processo simplificado de produção e ao visionário Projeto Delta, que tinha como meta produzir veículos populares e econômicos no preço, ficando ao alcance de grande parcela de brasileiros em plena crise econômica.
Após o lançamento deste projeto, a empresa recebeu um pseudo apoio do Governador do Ceará, onde a Fábrica para atender o Projeto Delta estava sendo instalada, e do secretário de Ciência e Tecnologia de São Paulo, através do protocolo de intenção garantindo facilidades financeiras ao projeto, o que não foi cumprido devido a uma possível pressão das multinacionais sobre o governo, levando a empresa a falência, caracterizando o segundo elemento.
A luz da Teoria da Dependência de Recursos, podemos justificar estes pontos que fizeram da Gurgel uma empresa fadada ao fracasso. Segundo esta, a organização dependerá da complexidade, do dinamismo e da riqueza do meio ambiente em que está inserida. Quando os recursos fundamentais tornam–se escassos, que no caso Gurgel seria este investimento em plena crise, aumenta a incerteza e competição entre as organizações nesse ambiente.
Neste contexto, as indústrias estrangeiras percebendo a negociação da Gurgel na redução de impostos, aumentou a pressão sobre sua concorrente em ascensão e, de alguma forma, sobre o governo. Segundo a Teoria da Dependência de Recursos, as organizações buscam ser ativas politicamente a fim de garantir o seu acesso aos recursos necessários à sua sobrevivência.
A teoria apresenta uma visão bem menos passiva das empresas, na qual as empresas tentarão influenciar outras organizações presentes em seu ambiente a fim de limitar a competição, aumentar a sua segurança e garantir o seu acesso aos recursos, desta forma controlando-os e diminuindo as suas incertezas sobre a concorrência e foi assim que as multinacionais concorrentes fizeram, nos sugerindo até mesmo uma ingenuidade política e administrativa da Gurgel.
Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/academico/caso-gurgel-e-a-teoria-da-dependencia-de-recursos/94934/
GABARITO LETRA ( B )
Bom... também nunca ouvi falar nessa teoria. Não vejo a hora de ter logo a bendita lei que obriga as bancas a colocarem suas referências bibliográficas já no edital, para não nos depararmos com esse tipo de surpresa que é quase uma sacanagem. Mas já tô tão saturada dessas histórias e de matar de estudar e me dedicar a esse projeto de passar, que prefiro só jogar a palavra-chave no google e ir decorando mesmo... então lá vai:
"Teoria da Dependência de Recursos
A Teoria da Dependência de Recursos foca no ambiente externo e argumenta que todas as organizações são dependentes de algum elemento desse ambiente. Essa dependência externa é baseada no controle externo de alguns recursos que a organização necessita. O ambiente afeta as organizações ao tornar os recursos disponíveis ou não.
Portanto, a Teoria da Dependência de Recursos enfatiza a necessidade organizacional de adaptação às necessidades ambientais e ativamente gerenciar e controlar o fluxo de recursos. Para obter recursos externos que não podem ser gerados internamente, as organizações devem realizar relações de troca com outras organizações no ambiente, ou seja, as organizações alteram suas estruturas e comportamentos para adquirir e manter os recursos necessários. Elas se esforçam para formar coalisões mutuamente benéficas. Portanto, a dependência da organização do seu ambiente externo, provê uma perspectiva útil para examinar decisão organizacional de terceirizar."
Pelo que percebi, acho que dá pra fazer uma relação com ela e a teoria contingencial.