O governo de Jânio Quadros (1961)
A transição do governo J.K para o mandato de Jânio Quadros foi conturbada no sentido econômico. O presidente anterior havia deixado um crescente índice de inflação e uma maior dívida internacional. Os números não eram bons e, de fato, Jânio não possuía um projeto político consistente sobre como lidar com a crise, e, apesar de seus discursos focarem no combate à corrupção, o mesmo também não havia deixado claro como faria. Visto isso, sem um grande projeto político, o perfil conservador de Jânio Quadros inicialmente também se repetiu na presidência, preocupando-se com pequenos problemas para mostrar atividade. Logo, Jânio proibiu biquínis em praias, rinhas de galo e a utilização do chamado lança-perfume. Ainda no plano político, Jânio rompeu com a UDN e teve dificuldades em se relacionar com os outros poderes, principalmente o legislativo. Ficou assim conhecido pelos “bilhetinhos”, dando ordens aos ministros sem qualquer negociação com deputados ou senadores. Essa relação se tornou ainda mais conflituosa quando iniciou alguns polêmicos movimentos internacionais. Em plena Guerra Fria, apesar de ter estabelecido uma política de não alinhamento, Jânio tentou se aproximar da União Soviética e chegou a enviar João Goulart para a China. Essa postura desagradou as camadas conservadoras e pró-Estados Unidos, piorando ainda mais quando decidiu condecorar o guerrilheiro comunista Che Guevara com a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul. Enfim, se no plano político o cenário era conturbado, no econômico não era melhor. A economia não demonstrava recuperação, a inflação continuava a crescer e os cortes nos gastos do governo não demonstravam respostas positivas. A popularidade de Jânio em pouco desapareceu, mesmo o presidente ainda acreditando ter o apoio do povo. Assim, neste cenário, no dia 25 de agosto de 1961, alegando que “forças estranhas” se levantavam contra ele, Jânio Quadros renunciou à Presidência da República.
ALTERNATIVA: C