SóProvas


ID
2104471
Banca
FUNCAB
Órgão
SES-MG
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Uma velhinha
   Quem me dera um pouco de poesia, esta manhã, de simplicidade, ao menos para descrever a velhinha do Westfália! É uma velhinha dos seus setenta anos, que chega todos os dias ao Westfália (dez e meia, onze horas), e tudo daquele momento em diante começa a girar em torno dela. Tudo é para ela. Quem nunca antes a viu, chama o garçom e pergunta quem ela é. Saberá, então, que se trata de uma velhinha “de muito valor”, professora de inglês, francês e alemão, mas “uma grande criadora de casos”.
  Não é preciso perguntar de que espécie de casos, porque, um minuto depois, já a velhinha abre sua mala de James Bond, de onde retira, para começar, um copo de prata, em seguida, um guardanapo, com o qual começa a limpar o copo de prata, meticulosamente, por dentro e por fora. Volta à mala e sai lá de dentro com uma faca, um garfo e uma colher, também de prata. Por último o prato, a única peça que não é de prata. Enquanto asseia as “armas” com que vai comer, chama o garçom e manda que leve os talheres e a louça da casa. Um gesto soberbo de repulsa.
  O garçom (brasileiro) tenta dizer alguma coisa amável, mas ela repele, por considerar (tinha razão) a pronúncia defeituosa. E diz, em francês, que é uma pena aquele homem tentar dizer todo dia a mesma coisa e nunca acertar. O lha-nos e sorri, absolutamente certa de que seu espetáculo está agradando. Pede um filet e recomenda que seja mais bem do que mal passado. Recomenda pressa, enquanto bebe dois copos de água mineral. Vem o filet e ela, num resmungo, manda voltar, porque está cru. Vai o filet, volta o filet e ela o devolve mais uma vez alegando que está assado demais. Vem um novo filet e ela resolve aceitar, mas, antes, faz com os ombros um protesto de resignação.
   Pela descrição, vocês irão supor que essa velhinha é insuportável. Uma chata. Mas não. É um encanto. Podia ser avó da Grace Kelly. Uma mulher que luta o tempo inteiro pelos seus gostos. Não negocia sua comodidade, seu conforto. Não confia nas louças e nos talheres daquele restaurante de aparência limpíssima. Paciência, traz de sua casa, lavados por ela, a louça, os talheres e o copo de prata. Um dia o garçom lhe dirá um palavrão? Não acredito. A velhinha tão bela e frágil por fora, magrinha como ela é, se a gente abrir, vai ver tem um homem dentro. Um homem solitário, que sabe o que quer e não cede “isso” de sua magnífica solidão.
(MARIA, Antônio. “Com Vocês, Antônio Maria". Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1964, p. 262.)

“Volta à mala e sai lá de dentro com uma faca...” (§ 2)

No fragmento acima, o acento indicativo da crase é de emprego obrigatório, pelas normas da língua culta. Das alterações feitas na redação do fragmento, é facultativo empregar o acento indicativo da crase em: 

Alternativas
Comentários
  • - Depois da preposição até:  (FACULTATIVO)

     

    Fui até a praia.ou Fui até à praia.

    Acompanhe-o até a porta.ou Acompanhe-o até à porta.

    A palestra vai até as cinco horas da tarde.o uA palestra vai até às cinco horas da tarde.

  • Gabarito letra C

     

    Somente em 3 casos o uso do acento indicativo de crase é obrigatório:

     

    1) Antes de pronomes possessivos femininos no SINGULAR. (pq se o pronome estiver no plural a crase é obrigatória)

    Ex:. Refiro-me à (a) sua tia (FACULTATIVO)

           São serviços essenciais às nossas cidades (crase obrigatória)

     

    2) -  Antes de nomes próprios femininos (antes de nomes célebres, históricos porém não há crase)

     Ex:. Fiz alusão à (a) Joana. (Facultativo)

           Fiz alusão a Joana D'Arc (não há crase)

     

    3) - Após a preposição ATÉ

    ex:. Correu até à (a) sala. 

  • FÁCIL.

  • Antes de Pronomes Possessivos Femininos o uso do acento indicativo de crase é facultativo, isto é, dependerá da preferência do escritor: Referiu-se a minha viagem. Ou: Referiu-se à minha viagem.

     

    ●   Faço referência a tua prima. Ou: à tua prima.

     

    ●   Fiz um apelo as minhas colegas. Ou: às minhascolegas.

     

    Observações:

     

    1ª. Seguindo-se a atual tendência é preferível usá-lo diante dos possessivos, principalmente depois de verbos, para evitarmos casos de ambiguidade.

     

    2ª. Pronomes possessivos antecedidos de nomes de parentescos rejeitam o acento indicativo de crase: Refiro-me a sua mãe, e não à minha (mãe).

     

    Antes desses nomes de lugar: Europa, Ásia, África, França, Inglaterra, Espanha, Holanda, Escócia. Exemplos:

     

    ●   Fui a (ou: àEuropa, e não a (ou: àÁsia.

     

    Antes de nomes de mulheres: Escrevi a Joana (ou àJoana).

     

    Se a pessoa for íntima de quem fala, melhor usar a crase. Entretanto, isso dependerá da preferência do escritor:

     

    ●   Mandamos um convite à Marília. (ou, se preferir: aMarília).

     

    Com a Locução: "até a" – A preposição "até" possui como variante a locução "até a" e seu emprego é facultativo; mesmo quando "até" for seguido dos demonstrativos aquele (s), aquela (s), aquilo:

     

    ●   Foi até a porta (ou: até à). Verifique: até o (ou: ao) portão.

     

    ●   Ficou no escritório até a (ou: à) meia-noite. (até o (ao) meio-dia)

     

    ●   Vou até a (à) farmácia. Verifique: até o (ou: ao) mercado.

     

    ●   Cheguei até aquela (ou: àquela) janela. Verifique: até o (ao) portão.

     

    Mas Atenção: Se "até a" tiver a significação de "até mesmo", perde a variante, então a ocorrência da crase deve ser verificada por meio da substituição por um termo masculino:

     

    ● Estudava até (mesmo) as línguas da Índia. Verif.: até os dialetos...

     

    ● Obedecia até (mesmo) às ordens mais absurdas. (até aos caprichos...) ®Sérgio.

     

    https://www.recantodasletras.com.br/gramatica/2250476

     

    GABARITO C

  • Acho que a Danielle quis dizer que, somente, nesses 3 casos são FACULTATIVOS.

    1) Antes de pronomes possessivos femininos no SINGULAR. (pq se o pronome estiver no plural a crase é obrigatória)

    Ex:. Refiro-me à (a) sua tia (FACULTATIVO)

           São serviços essenciais às nossas cidades (crase obrigatória)

    2) -  Antes de nomes próprios femininos (antes de nomes célebres, históricos porém não há crase)

     Ex:. Fiz alusão à (a) Joana. (Facultativo)

           Fiz alusão a Joana D'Arc (não há crase)

    3) - Após a preposição ATÉ

    ex:. Correu até à (a) sala. 

  • GABARITO C

     

    CASOS FACULTATIVO DE CRASE

    - Diante de nomes próprios femininos:

    Entreguei o cartão Paula.
    Entreguei o cartão à Paula.

    - Diante de pronome possessivo feminino:

    Cedi o lugar minha avó.
    Cedi o lugar à minha avó.

    - Depois da preposição até:

    Fui até a praia.
    Fui até à praia.

     

  • OS 4 CASOS FACULTATIVOS:

    1) Após preposição ATÉ

    2) Diante de pronome POSSESSIVO FEMININO (minha, sua, tua..)

    3) Diante de NOME PRÓPRIO FEMININO (Carla, Alessandra, Paula, etc... - Exceto para nomes sagrados ou históricos, são sem acento Ex: A nossa Senhora, A Joana Darc,...)

    4) Diante da palavra DONA.

    Professor Pablo Jamilk (Focus Concursos).

  • Casos facultativos da Crase

    Até minha dona Maria

    1) Após preposição ATÉ

    2) Diante de pronome POSSESSIVO FEMININO (minha, sua, tua..)

    3) Diante de NOME PRÓPRIO FEMININO (Carla, Alessandra, Paula, etc... - Exceto para nomes sagrados ou históricos, são sem acento Ex: A nossa Senhora, A Joana Darc,...)

    4) Diante da palavra DONA.

  • FACULTATIVO EM: NOME DE MULHER, PRONOME POSSESSIVO e ATÉ