A Balaiada, no Maranhão, de 1838 a 1841
Esse movimento foi o ápice de lutas que ocorriam desde 1831. Nesse período, a população da província era de 200 mil pessoas, sendo que 50% era escravo, a mais alta proporção em todo território brasileiro. Tal como a Cabanagem, essa revolta foi tipicamente popular e esteve ligada às disputas entre liberais e conservadores. Os conservadores detinham o monopólio das indicações dos cargos políticos e para a administração pública, fato que gerava muitos atritos. O estopim do movimento foi a invasão de uma cadeia para liberar correligionários do movimento. Em uma mistura complexa entre liberais e setores populares, inclusive quilombolas, os assim chamados fazedores de cestos (os balaios) ganharam destaque na Balaiada. Um dos líderes da Balaiada foi Cosme Bento de Chagas, o Preto Cosme, o qual liderou um grupo de 3 mil escravos fugidos. Cosme se intitulava “Tutor e Imperador das Liberdades Bentevis” (dos liberais). Com 11 mil homens, os balaios tomaram algumas cidades. Porém, um desentendimento entre Preto Cosme e outro líder, Raimundo Gomes, um vaqueiro, rachou o movimento e facilitou a repressão. Repare que um dos motivos das divergências no movimento era quanto à escravidão. Enquanto uma parte era favorável ao fim da escravidão, outra não.