GAB. B
Tal condição nos indica que a família brasileira, longe de ter sido esvaziada de suas funções, sempre foi uma família sobrecarregada, cuja sobrecarga tem aumentado à medida que as políticas públicas, além de insuficientes ao longo do tempo, passam por um processo de reorientação e encolhimento quanto aos níveis de cobertura. Carvalho e Almeida (2003, p.111) nos apontam que a família brasileira tem exercido o papel de amortecedor da crise brasileira, pois, apesar dos baixos salários e da carência de serviços públicos, dentre outros fatores, ela tem viabilizado a reprodução social através da lógica da solidariedade e de práticas dos grupos domésticos que atuam “como unidades de formação de renda e consumo, procurando maximizar os recursos à sua disposição”. Entretanto, os sinais de esgotamento das famílias no exercício desse papel são evidentes e isso vem indicando a urgência de políticas relacionadas à família, além das macropolíticas de combate à pobreza e à exclusão social.
FONTE: A CENTRALIDADE DA FAMÍLIA NA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: contribuições para o debate1 Regina Célia Tamaso Mioto