SóProvas


ID
2143471
Banca
IF-TO
Órgão
IF-TO
Ano
2016
Provas
Disciplina
História
Assuntos

O documento não é inócuo. É, antes de mais nada, o resultado de uma montagem, consciente ou inconsciente, da história, da época, da sociedade que o produziram, mas também das épocas sucessivas durante as quais continuou a viver, talvez esquecido, durante as quais continuou a ser manipulado, ainda que pelo silêncio. O documento é uma coisa que fica, que dura, e o testemunho, o ensinamento (para evocar a etimologia) que ele traz devem ser em primeiro lugar analisados, desmistificando-lhe o seu significado aparente. O documento é monumento. Resulta do esforço das sociedades históricas para impor ao futuro – voluntária ou involuntariamente – determinada imagem de si próprias. (2003, p.537-538).

LE GOFF, Jacques. Documento/monumento. In: FONSECA, Thaís N. L. (orgs.). História e Memória. 5ª ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2003, p. 525-541.


Sobre as considerações postas por Le Goff, é correto afirmar que a Documentação:

Alternativas
Comentários
  • A questão foi elaborada a partir do verbete Documentação no dicionário do IPHAN: http://portal.iphan.gov.br/dicionarioPatrimonioCultural/detalhes/27/documentacao

     

    O que está incorreto nas alternativas foi posto em negrito (e a correção abaixo em itálico):

     

    A) Remete à qualificação do termo “documento”, onde Jacques Le Goff equivocadamente sustenta a ideia de que o termo latino documentum, derivaria de docere, que significaria “ensinar”. Evidencia ainda que apenas no século XVII que de fato propagou-se, na linguagem jurídica francesa, a expressão “títulos e documentos”; já o sentido da documentação como “prova” e como “testemunho histórico” foi incorporado a partir do século XIX.

     

    Jacques Le Goff afirma [corretamente] que o termo latino documentum, deriva de docere, que significa “ensinar”

     

    B)  Possui escassas formas de serem categorizadas, cujas nuances se mostram de forma estática conforme os elementos presentes nos documentos. Dentre estas nuances temos a Arquivologia, destacando-se como suporte, que se refere ao material sobre o qual as informações são registradas (exemplos: papel, filme, disco magnético); e gênero, que consiste por sua vez na configuração que assume um documento de acordo com sua própria linguagem (exemplos: textuais, audiovisuais, fonográficos, iconográficos, eletrônicos).

     

    Há várias formas de categorizarmos a documentação, cujas nuances se alternam conforme os elementos presentes nos documentos. 

     

    C) Possui outro qualitativo consistindo na conhecida classificação das “três idades”: a documentação intermediária agrega documentos nas fases de uso e que estão vinculados às suas finalidades imediatas, sejam administrativas ou legais; a documentação corrente, a qual aguarda pela definição de seu descarte ou da sua guarda definitiva; e a documentação ativa, que aglutina os documentos preservados devido ao seu valor histórico, destacando as suas potenciais funções científica, social e cultural.

     

    Os termos e sua ordem correta de aparição no texto são: documentação corrente, documentação intermediária e documentação permanente.

     

    D) Tem como marco histórico primordial a Revolução Industrial, sendo este um marco significativo para a lida documental. Isso porque os Arquivos Nacionais foram criados paulatinamente e a perspectiva de atendimento ao cidadão, por meio do acesso à informação, começou a ganhar os primeiros contornos, ainda que de maneira tímida.

     

    [...] pode-se apontar a Revolução Francesa como marco significativo para a lida documental.