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ID
2143474
Banca
IF-TO
Órgão
IF-TO
Ano
2016
Provas
Disciplina
História
Assuntos

A História da disciplina de história no currículo nacional é marcada por idas e vindas, avanços e retrocessos, continuidades e descontinuidades. Neste sentido o debate historiográfico sobre a disciplina de História(1), e o “estado da arte” têm elucidado momentos da História onde as perspectivas políticas, econômicas e socioculturais interferem na relevância do componente curricular e nas suas intencionalidades.

(1) ANDRADE. M.P.V. Concepção e ensino de história na proposta de reorientação curricular de Goiás do 6º ao 9º ano. II Seminário de Pesquisa da Pós-Graduação em História. UFG/UCG, 14/15/16/set/2009. Disponível em: < https://pos.historia.ufg.br/up/113/o/IISPHist 09_MarciaAparraAndrade.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2016.


Tendo em vista o exposto, História da História no currículo brasileiro, assinale a alternativa incorreta:

Alternativas
Comentários
  • Criado no século XIX, o Colégio Pedro II tinha seus programas estabelecidos pelo governo imperial

     

    1.

     

     

    Incluir o Brasil no rol das nações civilizadas: este era o projeto do Império. O Estado se esforçou para melhorar o nível do ensino superior e implementar a instrução primária e secundária. A criação do Colégio Pedro II atendia a esse plano do governo, já que se dedicava à formação da elite brasileira. E a História ganhava importância: era necessário estudar o Brasil, conhecer sua gênese. Somente olhando um passado comum seria possível forjar a nacionalidade. 



    O Brasil vivia o Período Regencial (1831-1840), quando não havia um imperador de fato e várias províncias abrigavam movimentos separatistas. Por isso, a unidade do Estado Imperial estava ameaçada, e a História surge como um elemento capaz de construir uma “identidade nacional”. Por isso foi criado, em 1838, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), sob a proteção do Império, para ajudar a elaborar uma narrativa sobre o passado nacional que valorizasse os grandes feitos políticos ligados à monarquia.



    O primeiro regulamento do Colégio Pedro II data do mesmo ano da criação do IHGB, em 31 de janeiro de 1838. Nele, a História fazia parte do plano de estudos como disciplina obrigatória.

    [...]

     

    Coube aos historiadores do IHGB, criado em 1838, a missão de pensar e escrever uma história que construísse a identidade nacional e que fosse lecionada no Colégio Pedro II. Por causa disso, o ensino da disciplina acabou ficando marcado pela historiografia acadêmica e nacionalista que vigorava no IHGB.



    A produção didática para a História no Brasil começou, desta forma, dentro da esfera do Estado – mais precisamente da monarquia –, já que tanto o Colégio como o IHGB estavam sob a proteção direta do imperador D. Pedro II (1825-1891). Quase todos os professores do Colégio Pedro II eram, inclusive, sócios do Instituto.

     

  • 2.

    [...]

     

    O governo imperial estabelecia ainda os programas de ensino do Colégio. Todos eles seguiam os ideais do Império de gerir um projeto para uma nação identificada com o homem branco europeu e cristão. Para desenvolver o trabalho de construir uma História do Brasil, os intelectuais historiadores do IHGB e do Colégio Pedro II utilizaram a concepção de História que se constituía na Europa naquele momento. A escrita era fundamentada em uma história universal, ligada às tradições iluministas, de cunho científico. Esta modalidade atendia à necessidade de pesquisar o passado colonial e de valorizar a realidade brasileira sem deixar de incluir o país na civilização ocidental. Mas o controle não era absoluto. Afinal, o conteúdo das disciplinas estava a cargo dos catedráticos, em sua maioria autores dos livros didáticos ali adotados. Nascia assim uma escrita da história acadêmica dedicada ao ensino.


    No Colégio Pedro II, a História fazia parte do chamado currículo das “humanidades”, cujo padrão cultural era a Antiguidade Clássica. A formação oferecida se inspirava na educação francesa, tendo como modelo as escolas idealizadas por Napoleão Bonaparte, como o Colégio Henrique IV e o Liceu Luís, o Grande. Latim, grego, literatura clássica e história ocidental compunham o currículo escolar.

     

     

    ( http://www.revistadehistoria.com.br/secao/educacao/uma-escola-para-poucos )