SóProvas


ID
2165593
Banca
FAFIPA
Órgão
Prefeitura de Paranaguá - PR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      O ano era 1860 e pouco, e a cidade, o Rio de Janeiro, capital da corte imperial. Caía a tarde. Os sinos chamavam para as ave-marias. [...]

     Nos sobrados, via-se um movimento por trás das janelas. Eram as mulheres que tinham tomado a fresca e, agora, iam rezar. Nos oratórios domésticos, era tempo de acender as velas e puxar um terço. Vez por outra se ouviam acalantos. As crianças da casa iam dormir com medo de bichos infernais: o caipora ou o lobisomem. O choro mais triste de um deles era sinal de que o papa-figo devorava um malcriado ou respondão. Nas cozinhas, nos fundos de quintal ou no último andar dos sobrados, as escravas se atarefavam em preparar os pratos da ceia. Comentavam que o negro Manuel caminhava sobre brasas no dia de São João sem sentir dor. Ou que um espelho rachara: sinal de morte na casa. As badaladas das torres das igrejas anunciavam as horas. À meia-noite, ouviam-se nas pedras da rua ruídos de patas de cavalos, de rodas e até a voz áspera do boleiro. Era o carro de alma penada que passava. Quem cruzasse perto da Igreja de Santa Rita ouviria gemidos, veria almas penadas.

(DEL PRIORE, Mary. Do outro lado. São Paulo: Editora Planeta, 2014, p. 15-16.) 

Com base no texto, assinale a alternativa CORRETA quanto ao uso do sinal indicativo de crase.

Alternativas
Comentários
  • GabaritoC

     

     


    Comentários

     

     

                               a) Em “Eram as mulheres que tinham tomado a fresca...”, a ausência do sinal de

                                crase nos termos destacados demonstra que a crase é opcional. 

     

     

    A alternativa A está errada, pois existe apenas o artigo feminino "as" por ocasião da palavra mulheres. E crase só ocorre no caso de preposição + artigo. Sendo assim, não é opcional neste caso.

     

     

     

                                b) Em “As crianças da casa iam dormir com medo...”, a crase poderia ter sido usada

                               no termo destacado, sem prejuízo à norma culta.

     

     

    A alternativa B  está errada, visto que existe apenas o artigo feminino "as" por causa da palavra crianças. E crase só ocorre no caso de preposição + artigo.

     

     

     

                               c) Em “À meia-noite, ouviam-se nas pedras da rua ruídos...”, o uso da crase no termo

                                destacado é obrigatório, de acordo com a norma culta. 

     

     

    A alternativa C  está correta, visto que "À meia-noite" é uma locução adverbial feminina. E a regra é haver crase em toda locução adverbial feminina.

     

     

     

                                d) Em “...e até a voz áspera do boleiro”, o uso da crase é proibido em virtude da

                                presença da palavra “até”. 

     

     

    A alternativa D  está errada, uma vez que o uso da crase é facultativo após a preposição até. E como podemos observar, a alternativa informa ser proibido.

     

     

  • "Casos FACULTATIVOS de crase
    1 -  Diante de nomes próprios femininos
    2 -  Diante de pronome possessivo feminino
    3 - Depois da preposição até
     

    BIZU PARA DECORAR: ATÉ MINHA MARIA"
     

  • até à(a) é facultativa, pode usar ou não.

  • a)Em “Eram as mulheres que tinham tomado a fresca...”, a ausência do sinal de crase nos termos destacados demonstra que a crase é opcional (PROIBIDA)

     

    b)Em “As crianças da casa iam dormir com medo...”, a crase poderia ter sido usada no termo destacado, sem prejuízo à norma culta. (Não poderia, pois a palavra crianças está no plural)

     

    c)Em “À meia-noite, ouviam-se nas pedras da rua ruídos...”, o uso da crase no termo destacado é obrigatório, de acordo com a norma culta. (CORRETO, é locução adverbial de tempo)

     

    d)Em “...e até a voz áspera do boleiro”, o uso da crase é proibido (FACULTATIVO) em virtude da presença da palavra “até”

  • Atenção!!

     

    DECOREM: ATÉ MINHA MARIA

     

    ATÉ: Preposição que desobriga o uso da crase, tornando-o optativo;

    MINHA: Pronome possessivo feminino (no singular, se no plural, aí é obrigatório);

    MARIA: Substantivo próprio feminino,

     

     

     

    Abraço e bons estudos.

  • GABARITO C

     

    CASOS FACULTATIVO DE CRASE

    - Diante de nomes próprios femininos:

    Entreguei o cartão Paula.
    Entreguei o cartão à Paula.

    - Diante de pronome possessivo feminino:

    Cedi o lugar minha avó.
    Cedi o lugar à minha avó.

    - Depois da preposição até:

    Fui até a praia.
    Fui até à praia.