SóProvas


ID
2180728
Banca
IBFC
Órgão
EBSERH
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto

                                Setenta anos, por que não?

      Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?

      [...]

      Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, sempre de livro na mão lendo na poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade, ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na calçada batendo papo com alguma nova amiga.

      [...]

      Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a “beleza”. A alma tem suas dores, e para se curar necessita de projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.

                                                       (LUFT, Lya. In: http://veja.abril.com.br. Acesso em 18/09/16)

O modo pelo qual o texto é iniciado permite ao leitor concluir tratar-se de:

Alternativas
Comentários
  • Ao começar o texto,com o verbo na 1º pessoa do singular do presente do indicativo,entrega a questão.

    Gab: A

  • Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce

    gab A

  • 1. Primeira pessoa
    Quando um personagem narra a história a partir de seu
    próprio ponto de vista, o escritor está usando a primeira
    pessoa. Nesse caso, lemos o livro com a sensação de termos a
    visão do personagem podendo também saber quais são seus
    pensamentos, o que causa uma leitura mais íntima. Da mesma
    maneira que acontece nas nossas vidas, existem algumas coisas
    das quais não temos conhecimento e só descobrimos ao decorrer
    da história
     

    Fontes: http://www.infoescola.com/literatura/o-ponto-de-vistapdv-na-literatura/
    http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2013/06/26/1032877/entenda-os-3-pontos-vista-literarios.html
     

  • (EU) Acho essa coisa da idade fascinante...

  • O verbo "achar" indica uma pessoalidade, juízo de valor sobre algo.

  • A

  • Acho essa coisa da idade fascinante...

    >>>>>> Quem acha? Eu acho essa coisa da idade fascinante ...

    Gabarito: A