SóProvas


ID
2180734
Banca
IBFC
Órgão
EBSERH
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto

                                Setenta anos, por que não?

      Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?

      [...]

      Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, sempre de livro na mão lendo na poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade, ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na calçada batendo papo com alguma nova amiga.

      [...]

      Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a “beleza”. A alma tem suas dores, e para se curar necessita de projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.

                                                       (LUFT, Lya. In: http://veja.abril.com.br. Acesso em 18/09/16)

As aspas empregadas em “dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a “beleza” ” (3º§) permitem a leitura de uma crítica à ideia de que:

Alternativas
Comentários
  • Esta é a ideia a qual a autora se mostra contrária, a de que não há beleza ou felicidade depois da juventude.

  • GABARITO: b

  • não entendi muito bem. alguma explicação melhor?

  • Letra B.

     

    Ana Carolina, ao ler o texto todo há trechos que a autora diz que quanto mais idade não quer dizer que devemos perder o gosto pela vida e que por conta disso a "beleza" da vida estar em se viver bem, pois "beleza" não só pertence aos mais jovens.

    "Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na morte."

    Como no enunciado é pedido a crítica da autora, a resposta só pode ser a letra B (a beleza só está associada à juventude), o que não é verdade.

  • Estou vuando!

  • Há crítica acerca da ideia de que a vida só está associada à juventude. Basta analisar o seguinte trecho: "Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a vida". [..] Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, sempre de livro na mão lendo na poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. [..] 

    Aternativa correta: B

  • somos dois kkkkk, achei a e b pertinentes 

     

  • "Manter ou recuperar a "beleza" (da juventude)".

     

    Só se mantém ou se recupera a beleza adquirida na juventude, pois confome envelhecemos, o nosso corpor vai se "deteriorando", sendo necessárias cirurgias estéticas para manter o padrão juvenil.

  • Beleza entre aspas pra mim é uma concepção pessoal, é relativo. Comumente falamos essa expressão... fulano Ta bonito entre aspas, qrendo dizer que se arrumou muito, mas Ta brega.
  • Subjetividade ao extremo. 

     

  • GABARITO: B da banca

     

    No entanto, segundo literatura, GABARITO: D

    Em publicação de 2009, por Sílvia Barros da Silva Freire, encontrada em http://www.letras.ufrj.br/posverna/mestrado/FreireSBS.pdf : 

     

    "A cronista retoma a questão da cirurgia plástica como forma de recuperar uma suposta juventude perdida. Vemos pelo uso das aspas na palavra 'beleza' que esse não é o conceito de belo com que a autora concorda."

     

    O trecho acima foi retirado ipsis literis, e coaduna com gabarito D - discordando da banca.

  • Pessoal, a D realmente faz todo sentido e está correta no que diz respeito ao motivo pelo qual a palavra está entre aspas, só que, a pergunta quer saber qual ideia a autora está criticando ao fazer isso, ou seja, ela critica a ideia de que "a beleza só está associada à juventude".
    Gabarito letra B!

  • Acho a questão polemica. Respondi por eliminação, porém fiquei na duvida pois o gabarito poderia ser identificado como um caso de extratextualidade.

  • Essa questão cabe recurso . Discordando da banca, GAB : D
  • Ele procura uma alternativa na qual tenha uma informação que ele critica. Dessa forma, apenas a letra B tem um sentido negativo, assim sendo a única resposta possível. Se analisarmos o resto das alternativas, elas possuem um pensamento parecido com o do texto, ou seja, ao invés de ir de encontro à ideia do texto ( que é o que a questão pede), elas concordam com o escritor.

  • Estou até agora tentando entender essa bendita questão!

  • Interpretação de texto é algo relativo, não tem como você acerta sempre. Porque sempre são bancas, textos e autores diferentes e cada autor pensa de uma forma. Não desista!

  • Subjetividade ao extremo. Somente na cabeça do examinador!