O orgasmo do ego é experimentado em atividades culturais: o prazer de uma leitura, de em concerto, enfim, de se deixar fluir. Vou falar de minha visão: o orgasmo do ego seria vivido como uma expansão e daí seu prazer básico, enquanto o orgasmo do id teria reunido em si e daí ser a fonte máxima de prazer: expansão e descarga, às duas experiências acrescentando-se a do poder.
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbp/v42n4/v42n4a04.pdf
Para a teoria freudiana, como a amizade é concebida como amor inibido, o prazer obtido será sempre atenuado ou menor. Em Winnicott, como a amizade não remete a nenhuma inibição, mas constitui um afeto por direito próprio, o prazer da amizade pode ser tão intenso quanto os prazeres erógenos. Nesse sentido, Winnicott propõe uma expressão, “orgasmo do eu”, para se referir às experiências de satisfação máxima que não têm a ver com satisfações instintivas. Essa expressão, embora tenha conotações eróticas, alude justamente a um ápice – e nesse sentido ele utiliza o termo “orgasmo” – de prazer não sexual, como pode ser o prazer de ouvir música, dançar ou qualquer prazer (devaneio que se inicia na criança em sua capacidade de estar só) das experiências próprias do espaço potencial. Nas palavras de Winnicott: “Na pessoa normal uma experiência altamente satisfatória como essa pode ser conseguida em um concerto ou no teatro ou em uma amizade que pode merecer um termo tal como orgasmo do ego, que dirige atenção ao clímax e à importância do clímax” (1958g/1990, p. 36). O orgasmo do ego na criança, é justamente os primórdios dessa atividade saudáveis no adulto.
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/nh/v12n1/v12n1a03.pdf
Winnicott considera que é a partir dessas experiências iniciais do contato mãe-bebê que a criança desenvolve a capacidade de estar só. Essa capacidade é um paradoxo, já que se origina pela experiência do bebê de estar só na presença da mãe, de confiar na sua presença contínua. A criança pode, com o tempo, prescindir da presença da figura materna e, estando só, desfrutar dos estados calmos, vivendo momentos de não integração similares ao estado relaxado da vida adulta. A capacidade de estar só permite ao indivíduo descobrir uma vida pessoal própria, podendo usufruir o si-mesmo e viver os impulsos como reais. A capacidade de estar só é uma condição para que o contato com o semelhante, com o amigo, se origine espontaneamente, como um movimento do si-mesmo.
A mulher – a mãe suficientemente boa do holding winnicottiano que reveste seu bebê da onipotência primária que o permite circular pelo mundo com confiança, com um reservatório de ilusão que o faz sentir-se em casa onde quer que esteja. não quero dizer: afaste-o da realidade. Sentir-se em casa permite-lhe estar numa condição de ver, perceber e agir não sei se do melhor modo, mas pelo menos experimentando o que está em volta e com possibilidade de pensar e não fugir. E vai indo atendendo ao chamado. O que é esse chamado? Penso que assim como temos em nós algo que vai articulando os instrumentos necessários à comunicação, algo articula em nós conforme o ritmo circulante entre a mãe e seu bebê, conforme as cargas hereditárias e ancestrais e algumas outras conformações, o chamado à realização do ser de cada um realizado pelo fazer mais com ele encaixado.
O orgasmo do ego é experimentado em atividades culturais: o prazer de uma leitura, de em concerto, enfim, de se deixar fluir.
Vou falar de minha visão: o orgasmo do ego seria vivido como uma expansão e daí seu prazer básico, enquanto o orgasmo do id teria reunido em si e daí ser a fonte máxima de prazer: expansão e descarga, às duas experiências acrescentando-se a do poder. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbp/v42n4/v42n4a04.pdf