I
(...)
O menino tinha no olhar um silêncio de chão
e na sua voz uma candura de Fontes.
O Pai achava que a gente queria desver o mundo
para encontrar nas palavras novas coisas de ver
assim: eu via a manhã pousada sobre as margens do
rio do mesmo modo que uma garça aberta na solidão
de uma pedra.
(...)
BARROS, Manoel de. Menino do mato. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2015. p.13
Em Menino do mato, um eu lírico menino tem o desejo de apreender, sem se
preocupar com explicações, as coisas do mundo, criar novidades por meio das palavras e
de sua inocência pueril. Essa mesma ideia perpassa o fragmento: