O perfil de manifestação desta doença se modificou ao longo dos anos. Na década de 90, esta intoxicação acometia os animais de alta exigência nutricional, como fêmeas gestantes ou em lactação, criados em solos e pastagens pobres em minerais, principalmente o fósforo, sem suplementação mineral adequada. Assim, estes desenvolviam o hábito de osteofagia (ingestão de ossos) ou sarcofagia (ingestão de cadáveres), buscando suprir suas deficiências minerais. Porém, concomitantemente, ingeriam as toxinas botulínicas pré-formadas durante a decomposição das carcaças, o que levava à grandes epidemias da doença com morte de milhares de animais.
O tipo de forrageira existente na propriedade também pode corroborar com a carência de minerais e vitaminas pelos animais. As gramíneas do gênero Brachiaria spp. são um exemplo disto, pois produzem boa quantidade de massa verde, mesmo em solos pobres como o dos cerrados. Porém fornecem baixos níveis de fósforo aos bovinos, favorecendo a osteofagia e a sarcofagia anteriormente citadas.