Associar investimentos em educação a desenvolvimento é uma armadilha, porque a complexidade econômica requer mais que isso. Para um país se desenvolver, não basta ter gente educada. É preciso ter gente educada e capaz de trabalhar de maneira coordenada com outras pessoas e equipes. [...] Em meu livro estudo os casos de Gana e Tailândia. Entre 1960 e 2010, Gana investiu mais em educação e alcançou um nível de escolaridade melhor que o da Tailândia. Mas a estrutura produtiva de Gana, ou seja, o que essas pessoas eram capazes de fazer quando se reuniam em equipe, não era de alta complexidade. Eram produtos muito simples, às vezes rudimentares. O esforço educacional em Gana não se traduziu em aumento de sua complexidade econômica. A Tailândia, apesar de ter uma média educacional mais baixa, cresceu muito mais rápido, porque outros elementos culturais favoreciam o trabalho em equipe, a combinação de conhecimento em cadeias produtivas e mercadorias finais muito mais complexas.
(HIDALGO, César. Revista Veja, ed. 2439.)
Nesse trecho, Hidalgo defende que a educação por si só não basta para o desenvolvimento de um país. Sobre o argumento que utiliza para embasar essa tese, assinale a afirmativa correta.