SóProvas


ID
2215777
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
IFN-MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Veterinária
Assuntos

Desde a década de 1950, a colheita do suco ruminal e seu exame foram introduzidos no diagnóstico clínico do bovino. Com relação a esse exame do suco ruminal, assinale com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas.

( ) Na avaliação do suco ruminal, podem ser avaliados, entre outros, a cor, o odor, a viscosidade, a sedimentação e flutuação, o valor do pH, o teor de protozoários e bactérias.

( ) Na acidose lática aguda, observa-se o suco ruminal com coloração leitosa-acinzentada, odor ácido penetrante, sedimentação rápida e pH maior que 7 (pH > 7,0).

( ) Na avaliação do suco ruminal, a observação microscópica da microflora dos proventrículos é um recurso diagnóstico para o esclarecimento da acidose ruminal.

( ) Na putrefação ruminal, observa-se o suco ruminal com coloração castanho enegrecido ou verde, odor amoniacal icoroso e pH entre 7,0 a 8,5.

Assinale a sequência CORRETA.

Alternativas
Comentários
  • Na acidose lática, dentre os fatores que desencadeiam a doença estão o fornecimento de concentrado a animais que não estão adaptados, a ingestão de grandes quantidades de alimentos ricos em carboidratos mesmo os animais já estando adaptados e a reintrodução de concentrado após um período de jejum.

    A forma aguda ocorre a ingestão exagerada de alimentos ricos em carboidratos, que fermentam rapidamente no rúmen, produzindo grandes quantidades de ácido láctico e ácidos graxos voláteis (AGVs), principalmente o propionato. Esta condição favorece a multiplicação do Streptococcus bovis que leva a produção de quantidades significativas de ácido láctico e a diminuição do pH (<5,5), comprometendo as bactérias Gram (-) e protozoários. Quando o pH chega a valores inferiores a 5,0 o S. bovis é inibido e ocorre a multiplicação do Lactobacillus sp e a concentração de ácido láctico D (-) e L (+) aumentam significativamente no interior do rúmen, levando ao aumento da pressão osmótica e seqüestro de líquido para a luz do órgão. O conteúdo ruminal se torna aquoso e o animal apresenta hemoconcentração, desidratação, acidose metabólica, prostração, coma e freqüentemente morte. (DUNLOP, 1972; RADOSTITS et al., 2002; GARAY & GARCÍA, 2009).

    A forma crônica da acidose observa-se ingestão prolongada de quantidades excessivas de carboidrato associada a níveis inadequados de volumoso bem estruturado. A população microbiana ruminal se adapta à ração rica em grãos e grandes quantidades de microrganismos usuários e produtores de lactato são detectadas. Desta forma, o ácido láctico não se acumula, pois é metabolizado pelas bactérias. Porém, as elevadas concentrações de AGVs principalmente butírico e propiônico estimulam a proliferação do epitélio daspapilas ruminais e causa paraqueratose, o que leva a uma menor absorção dos ácidos graxos voláteis e aumenta a ocorrência de traumatismo e inflamações na parede do rúmen. Os efeitos sobre os animais são crônicos e insidiosos, a contínua carga ácida pode reduzir a eficiência metabólica e desempenho geral (SMITH, 2006).