SóProvas


ID
2236432
Banca
INEP
Órgão
ENEM
Ano
2016
Provas
Disciplina
Filosofia
Assuntos

Pode-se admitir que a experiência passada dá somente uma informação direta e segura sobre determinados objetos em determinados períodos do tempo, dos quais ela teve conhecimento. Todavia, é esta a principal questão sobre a qual gostaria de insistir: por que esta experiência tem de ser estendida a tempos futuros e a outros objetos que, pelo que sabemos, unicamente são similares em aparência. O pão que outrora comi alimentou-me, isto é, um corpo dotado de tais qualidades sensíveis estava, a este tempo, dotado de tais poderes desconhecidos. Mas, segue-se daí que este outro pão deve também alimentar-me como ocorreu na outra vez, e que qualidades sensíveis semelhantes devem sempre ser acompanhadas de poderes ocultos semelhantes? A consequência não parece de nenhum modo necessária.

HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995.

O problema descrito no texto tem como consequência a

Alternativas
Comentários
  • Para compreendermos a afirmação de Hume é preciso localizá-lo dentro da corrente empirista de filosofia como um de seus mais eloquentes formuladores. Em oposição ao racionalismo, que pressupunha a possibilidade de se alcançar a verdade por intermédio da razão, os empiristas consideravam que são os sentidos que nos permitem produzir conhecimento. Através deles formulamos ideias e impressões que são a matéria-prima do saber. Existiriam as Relações de Ideias, formulações a partir de ideias puras como matemática, lógica, etc, e as Questões de Fato, relacionadas às ciências empíricas, da relação direta com o mundo. No processo de produção do saber, segundo Hume, utilizamos três processos que agem sobre as ideias e impressões: semelhança, contiguidade e causalidade sendo este o fundamento científico. O saber científico, portanto, seria uma prática indutiva, agindo a partir de observações e da busca de certos padrões para daí aferir leis científicas. O problema para Hume é que a empiria não pode ser tomada como algo dado em sua repetição, ela pode sempre produzir novas ideias e impressões, o que dificultaria as afirmações tomadas por esta via. Dessa forma Hume apresenta o problema que o método científico enfrenta ao formular leis a partir de bases empíricas. A reposta, portanto, é letra C.

    A letra A está errada, pois sendo um empirista, ou seja, compreendendo os sentidos como preponderantes na formulação do conhecimento, contesta a pretensão de universalidade a partir de observações como defendiam os racionalistas.

    A letra B está errada, pois afirma justamente o contrário do argumento humano.

    A letra D está equivocada, pois não se trata de se considerar inviável a experiência, porém de compreender os limites desta para a formulação científica.

    Gabarito: Letra C.


  • C) dificuldade de se fundamentar as leis científicas em bases empíricas.

  • David Hume contesta duramente a ciência empírica e o método indutivo aristotélico,pois ambos se valem de bases de experiências empíricas para dar caracterização ao geral,e fundamentam suas leis em regras consideradas naturais e inquebráveis.

    No texto temos o exemplo:"Como podemos esperar,em certa condição,que comer um pão em outro momento de minha vida vai me causar exatamente a mesma sensação?".Ou seja,se trata de uma característica do movimento empirísta com bases de ceticismo relativo adotado por Hume,logo...não há sensação exatamente igual quando se tem uma experiência além da presente.

     

    R=Letra "C"

  • Muito, muito complexo. Um dia ainda entenderei essa questão.

  • Letra C

    Hume foi um filosofo empirista e cético. Desta forma, defendia que nao era possível se chegar a conclusão de verdades absolutas, apenas lidar com o aparente. Isso torna um problema, na medida em que essa teoria bate de frente com o principal pressuposto da ciência, ter teoria universalmente validas.

  • Essas questões de filosofia destroem meus neurônios O.o kkkkkkk tem que trabalhar muitoooo pra acertar.

  • Deve-se saber que Hume acreditava que a CAUSALIDADE (relação necessária entre causa e efeito) era baseada no HÁBITO, ou seja, mesmo que eu observe HOJE que o pão me faz tais efeitos, é pela constancia de vezes que vemos os efetios do pão que nos fazem admitir (prever) que o pão vai causar tais efeitos no futuro. Não podemos confiar nos fatos de uma época para inferir teorias/leis cientificas válidas para o futuro, assim, o texto contesta a dificuldade de fundamentar leis cientificas com base no ocorre em específicos períodos de tempo.

  • hume critica a noção de casualidade.

    por isso ele é um empirista que critica o empirismo.

    OBS: comentário não é meu, vi em outro site

  • Mas Hume nera empirista?

  • Para compreendermos a afirmação de Hume é

    preciso localizá-lo dentro da corrente empirista de filosofia como um de seus

    mais eloquentes formuladores. Em oposição ao racionalismo, que pressupunha a

    possibilidade de se alcançar a verdade por intermédio da razão, os empiristas

    consideravam que são os sentidos que nos permitem produzir conhecimento.

    Através deles formulamos ideias e impressões que são a matéria-prima do saber. Existiriam

    as Relações de Ideias, formulações a partir de ideias puras como matemática,

    lógica, etc, e as Questões de Fato, relacionadas às ciências empíricas, da relação

    direta com o mundo. No processo de produção do saber, segundo Hume, utilizamos

    três processos que agem sobre as ideias e impressões: semelhança, contiguidade

    e causalidade sendo este o fundamento científico. O saber científico, portanto,

    seria uma prática indutiva, agindo a partir de observações e da busca de certos

    padrões para daí aferir leis científicas. O problema para Hume é que a empiria

    não pode ser tomada como algo dado em sua repetição, ela pode sempre produzir

    novas ideias e impressões, o que dificultaria as afirmações tomadas por esta

    via. Dessa forma Hume apresenta o problema que o método científico enfrenta ao

    formular leis a partir de bases empíricas. A reposta, portanto, é letra C.

    A letra A está errada, pois sendo um

    empirista, ou seja, compreendendo os sentidos como preponderantes na formulação

    do conhecimento, contesta a pretensão de universalidade a partir de observações

    como defendiam os racionalistas.

    A letra B está errada, pois afirma

    justamente o contrário do argumento humano.

    A letra D está equivocada, pois não se

    trata de se considerar inviável a experiência, porém de compreender os limites desta

    para a formulação científica.

    Gabarito: Letra C.

  • "por que esta experiência tem de ser estendida a tempos futuros e a outros objetos que, pelo que sabemos, unicamente são similares em aparência. " A grande sacada da questão é o questionamento da experiência como objeto de fundamentação de teorias cientificas a medida que ele afirma por que ? considerar que um pão que eu comir anteriormente será igual ao pão que comerei depois apenas por base das experiências.

    GAB:C dificuldade de se fundamentar as leis científicas em bases empíricas.

    nivel:MÉDIO

  • marquei essa →correspondência entre afirmações singulares e afirmações universais.

    mas agora entendi o erro.

    Hume era contra o estabelecimento de teorias absolutas. Pra que ele, não se deve considerar que o efeito que o pão que ele comeu de tarde terá o mesmo efeito em seu corpo do que o pão que ele comeu de manhã, simplesmente porque os objetos (os pães) são similares. Sim, ele era empirista, mas era cético (questionador) e crítico ao empirismo baseado no hábito, afirmando que não se pode concluir que o sol nascerá amanhã simplesmente porque estamos acostumados a ver o sol nascer. Com esse pensamento, ele entendia que era difícil fundamentar leis científicas com base empírica.

    E também, a afirmação "correspondência entre afirmações singulares e afirmações universais" parece contraditória. Então quer dizer que afirmações específicas correspondem à afirmações universais? Se é diferente, como pode corresponder a uma afirmação universal? Fora que, de novo, o Hume não acreditava em verdades absolutas.