Questão Q746684

A defesa da construção de Goiânia feita por um de seus principais responsáveis – Dr.Armando de Godói – evidencia com clareza o que se pensava naquele período sobre o planejamento, especialmente no que tange à obediência do espaço à razão.

CHAVEIRO, E. F. A urbanização do sertão goiano e a criação de Goiânia. In. NETO, A. T.; et al. (Org.). O espaço goiano: abordagens geográficas. Goiânia, Associação dos Geógrafos Brasileiros, 2004. p.113.

O modelo de planejamento urbano proposto por Armando de Godói para a construção da cidade de Goiânia foi fortemente influenciado

Alternativas

pela Carta de Atenas, manifesto proposto pelos urbanistas modernos em 1933, que entendia a cidade como um organismo funcional, dividida em setores e privilegiando a presença de áreas verdes.

pelo projeto varguista da Marcha para o Oeste, apoiado por Pedro Ludovico, que considerava Goiânia a capital do cerrado, construindo-a livremente inspirada no traçado do Rio de Janeiro, então capital federal.

pelo Darwinismo Social que dominava o cenário intelectual no início do século XX, segundo o qual a ocupação urbana era entendida como racionalista, sendo o espaço mais importante que o indivíduo.

pela forte presença da Igreja Católica na administração pública da época, o que justifica o fato de o traçado urbano de Goiânia ser inspirado nos traços visualizados no manto de Nossa Senhora Aparecida.

Comentários

Gab: A
A alternativa tida como correta pela banca não procede. Segundo o Artigo "Identidades modernas do plano urbano de Goiânia": "Não é difícil identificar as tendências racionalistas e funcionalistas na cidade planejada por Atílio Correa Lima. É duvidoso, entretanto, identificar o projeto de Goiânia com as propostas da Carta de Atenas, de Le Corbusier, como faz, por exemplo, Bernardes (2000). Isso porque os próprios preceitos da Carta de Atenas só foram publicados em 1942 por Le Corbusier. Mesmo as versões do Congresso Internacional de Arquitetura Moderna, da qual a Carta de Atenas é uma interpretação unilateral de Le Corbusier, ainda não possuía, no início da década de 1930, uma sistematização. Por último, as tendências teóricas de Atílio e Godoy estão mais próximas de Agache – com quem trabalharam – do que de Le Corbusier. Fonte: https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/4785498.pdf&ved=2ahUKEwio29vAnNnzAhXCHbkGHXFfDrAQFnoECAgQAQ&usg=AOvVaw3AQRkARyvyb15QDHtYLPNx
Resumindo em miúdos.

Atílio correia lima inicia o desenho de goiania, porém é demitido e falece alguns anos mais tarde, nesse intermeio Armando de Godói termina o restante do projeto urbano.

I - Atílio estudou Na França, Por isso Goiânia foi inspirada no desenho de Paris. Ele não tinha inclinação religiosa, nunca se inspirou nas imagens Católicas de Santas, apenas a racionalidade e funcionalidade ( cidade em eixo cartesiano, reto), tanto que a igreja nem ao menos estava no desenho inicial, ficando hj de cantinho na rua 10, as outras ficam tbm na periferia do desenho dele " quase saindo do bairro, nunca no centro dele".

II - Godói por sua vez terminou o desenho com o conceito inglês de "cidade jardim", com ruas e vielas orgânicas ( curvas e nada reto)que seriam jardins entre as casas. Tinha ligação com a igreja, fazendo da praça central do setor Sul (praça do cruzeiro) local com presença privilegiada para Paróquia São José e o Inst. Maria Auxiliadora.

Quem mora em Goiânia pode comparar o centro da cidade ( atílio) com o setor sul/ oeste (Godoí) . Não Tem nada A ver praticamente.

Porém conceitualmente são contemporâneos.

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