O quadro de forças na Síria é bastante variado e os grupos rebeldes lutam entre si e contra o governo de al-Assad. O conflito que começou entre o governo de Bashar-al- Assad e a oposição, que exigia fundamentalmente a instalação de uma democracia, desdobrou-se em vários grupos como o Estado Islâmico, a facção moderada do inicial Exército Livre da Síria – cuja atuação foi importante até 2012 – os curdos, o grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham – composto por fundamentalistas islâmicos, os Hurras al-Din que tem aliança com a AlQuaeda . Todos contra Assad mas com sérias questões entre eles .
Mas, é possível associar a longa duração do conflito na Síria à interferência de potências estrangeiras, que tem interesses a defender na região.
Inicialmente os Estados Unidos financiaram o Exército Livre da Síria (ELS) e os curdos, por conta da demanda por democracia, na esteira da Primavera Árabe de 2011. No entanto, o crescimento do Estado Islâmico motivou os Estados Unidos a bombardearem constantemente as posições por ele dominadas. Os americanos também bombardearam instalações do Hezbollah na Síria, assim como instalações do governo oficial sírio depois de ataques químicos realizados pelo governo contra sua própria população.
A Rússia e o Irã apoiam o governo de Bashar – al- Assad. A Rússia porque tem o direito de uso do importante porto de Tartus, que permite a saída direta no Mediterrâneo. O Irã ajuda com financiamento e tropas, assim como a Rússia , porque os rebeldes tem apoio da Arábia Saudita, com quem o Irã disputa hegemonia regional. A Turquia apoia o ELS e luta abertamente contra a milícia curda formada no norte da Síria.
A Grã- Bretanha atua ao lado dos EUA. Assim, três países não islâmicos e que não se localizam no oriente médio interferem na guerra : EUA, Grã- Bretanha e Rússia.
Não foi feito nenhum acordo internacional que controlasse ou mesmo impedisse a interferência externa no conflito civil da Síria. A ação de estrangeiros alonga a guerra e aprofunda dissensões entre os sírios assim como a destruição do país.
O estudo da questão nos leva a concluir que a afirmativa apresentada na questão está incorreta. E , a proposta não apresenta grandes dificuldades, da mesma forma que não há problemas quanto a material de estudo. O quantitativo de publicações acerca da guerra da Síria tem sido cada vez maior. Vale prestar atenção aos artigos do Le Monde Diplomatique ( com versão para português ) e da Revista de Política Externa.
Gabarito do Professor: ERRADO.