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ID
226909
Banca
FGV
Órgão
CAERN
Ano
2010
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O diretor da Escola Brincando e Aprendendo, em um dia de atividades rotineiras em seu ambiente de trabalho, subitamente, sentiu seu coração começar a acelerar e a ficar sem fôlego. Sentiu-se tonto e fraco e se convenceu de que estava prestes a morrer. Devido à repetição de tais sintomas, em situações cotidianas, buscou um psiquiatra, e foi diagnosticada a síndrome de pânico.

O que levou o psiquiatra a esse diagnóstico?

Alternativas
Comentários
  • Eu não diria que esta questão é muito difícil! Para mim, ela é muito mal formulada! A maioria dos pacientes hiperventilam em um ataque de pânico, e o psiquiatra não pode avaliar a sua existência, a não ser q esteja presente no momento do pânico, o que em 99% ( ou mais) das vezes não acontece. É claro que ele pode perguntar ao paciente como ele respira no momento do ataque, e constatar a presença da hiperventilação, mas não é isto que fecha o diagnóstico, não mesmo!
  • Concordo com a Larissa, 

    A resposta é letra C, pois é a única que se encaixa. Mas hiperventilação não é um sintoma exclusivo da síndrome do pânico, então não é prudente fechar um diagnóstico baseando-se unicamente nele. 
  • Encontrei um artigo de psiquiatria que fala sobre isso: os autores apresentam um modelo de transtorno do pânico que se baseia nos efeitos da hiperventilação aguda e crônica, característicos do subtipo respiratório de transtorno do pânico. O modelo é generalizado a partir desses efeitos e integra três características da hiperventilação: a hiperventilação é uma resposta fisiológica à hipercapnia (aumento do gás carbônico no sangue arterial que pode ser provocada por uma hipoventilação alveolar); a hiperventilação pode induzir ataques de pânico; a hiperventilação crônica representa um mecanismo protetor contra os ataques de pânico. A discussão apresenta que os ataques de pânico do transtorno do pânico desenvolvem-se com base numa acidose metabólica, que é uma resposta compensatória à hiperventilação crônica.

    SIKTER, Andras et al . The role of hyperventilation: hypocapnia in the pathomechanism of panic disorder. Rev. Bras. Psiquiatr.,  São Paulo,  v. 29,  n. 4, Dec.  2007 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462007000400015&lng=en&nrm=iso>. access on  08  Feb.  2012. Epub June 27, 2007.  http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462006005000048.

    Gente, é meio complicado, mas serve para ver que a questão tem alguma lógica. Recomendo ler o artigo mesmo.
  • A prova é para o cargo de psicólogo ou para o de psiquiatra?
    Deveria haver um limite para a gama de conhecimentos exigida...
    Afinal, psicólogos não são computadores ambulantes...
  • concordo com Ilse. Conhecimentos muito específicos de Psiquiatria. Acho que deveria enfocar aspectos mais Psicossociais, tralho com família, intervenções, projeto terapêutico Singular,, etc. Na prática não chegamos perto destas questões que geralmente são avaliadas pelo médico em um equipe multidisciplinar,


  • A pergunta da que esta mal formulada, uma vez que apenas esse sintoma nao poderia ser o que levaria ao psiquiatra a dar esse diagnostico, mas apenas uma dos fatores. A alternativa B seria a mais correta se nao estivesse na negativa. Ou seja, se ocorresse uma ansiedade antecipatoria.

  • RESPOSTA "D"

    Vejamos: 

     a) Os ataques de pânico ocorriam de forma assintomática, sem regularidade e com frequência variável. errado ( ocorriam de forma sintomática e com certa regularidade). 

     b) Não havia presença de ansiedade antecipatória em consequência da experiência de ataques de pânico repetidos. errado (ansiedade antecipatória faz parte dos critérios do transtorno de pânico). 

     c) Nos intervalos entre os ataques de pânico foram detectados níveis de hipoatividade autônoma.errado (O enunciado da questão não identifica a hipoatividade ( diminuição  de interesse por algo) que também não é critério para ataque ou transtorno de pânico)

     d) A presença de hiperventilação crônica e também aguda durante o pânico espontâneo.

    A respiração e seus mecanismos de controle exercem papel fundamental no desenvolvimento de transtornos de ansiedade, particularmente o transtorno de pânico. O ataque de pânico se inicia tipicamente com uma repentina e inesperada sensação de terror associada a diversos sintomas autonômicos, especialmente sintomas cardiorrespiratórios. O transtorno de pânico tem sido o foco de estudos sobre a relação entre o sistema respiratório e transtornos de ansiedade. A síndrome da hiperventilação observada durante ataques de pânico pode se manifestar de forma aguda ou crônica. Nesse modelo conceitual, acredita-se que problemas respiratórios causem surtos de hiperventilação e alcalose respiratória, desencadeando vários sinais e sintomas somáticos, tais como tonturas, tremores e palpitações, que por sua vez geram medo e ansiedade. Klein propôs a existência de um "falso alarme de sufocação", que desencadearia ataques de pânico espontâneos quando o cérebro erroneamente sinalizasse uma falta de ar, ativando inapropriadamente respostas autônomicas adaptativas para o sufocamento.

     e) A tranquilidade apresentada pelo paciente após a porção principal do ataque ter cedido. errado ( tranquilidade também não é critério para identificar o ataque ou transtorno de pânico)

    http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1806-37132009000700012&script=sci_arttext&tlng=pt