- ID
- 2274079
- Banca
- IDECAN
- Órgão
- UERN
- Ano
- 2016
- Provas
-
- IDECAN - 2016 - UERN - Analista de Sistemas
- IDECAN - 2016 - UERN - Arquiteto Urbanista
- IDECAN - 2016 - UERN - Atividades Administrativas
- IDECAN - 2016 - UERN - Bibliotecário
- IDECAN - 2016 - UERN - Contador
- IDECAN - 2016 - UERN - Engenheiro de Segurança do Trabalho
- IDECAN - 2016 - UERN - Engenheiro Eletricista
- IDECAN - 2016 - UERN - Jornalista
- IDECAN - 2016 - UERN - Psicólogo Educacional
- IDECAN - 2016 - UERN - Técnico de Laboratório - Ciências da Saúde
- IDECAN - 2016 - UERN - Técnico de Laboratório - Enfermagem
- Disciplina
- Português
- Assuntos
O que há de errado com a globalização?
“Não é possível ter hiperglobalização, democracia e soberania nacional ao mesmo tempo”,
afirma Dani Rodrik, em The globalization paradox.
O Reino Unido decide sair da União Europeia (UE), depois de uma campanha inflamada contra a imigração. A xenofobia cresce no continente, às voltas com a maior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial. Nos Estados Unidos, Donald Trump leva a candidatura presidencial republicana com uma plataforma paranoica, que prevê proibir a entrada de muçulmanos no país, deportar 11 milhões de ilegais e erguer um gigantesco muro na fronteira com o México. Pela primeira vez desde a crise de 2008, a Organização Mundial do Comércio (OMC) registra, em 2015, queda no comércio global de mercadorias. O protecionismo se torna não apenas mais popular, mas também mais difícil de desarmar. Três em cada quatro das mais de 2.500 barreiras comerciais impostas desde 2008 continuam em vigor. O estoque cresce a um ritmo de quase 100 por ano, e as medidas de abertura de mercado mal as compensam. O que deu errado com a globalização? O livre-comércio não era o atalho mais rápido para o crescimento? Não era inevitável que o mundo se tornasse mais aberto, até alcançar o fluxo livre de mercadorias, serviços, dinheiro e até pessoas?
O plebiscito britânico mostra que não. Ele faz tremer a integração europeia, uma ideia que nasceu nos anos 1950 para evitar novas guerras e tragédias no continente. De início apenas econômico, o projeto ganhou forma política com a UE, em 1992. Era uma época em que a queda do Muro de Berlim e a globalização punham em questão as fronteiras e os Estados nacionais. A visão de mundo dominante pregava uma variante do seguinte discurso: “O Estado-nação é passado. As fronteiras desapareceram. A distância morreu. A Terra é plana. Nossas identidades não estão limitadas pelo lugar onde nascemos”. É assim, com certa ironia, que o economista turco Dani Rodrik, da Universidade Princeton, descreve os projetos de governança global, como a UE, em seu livro The globalization paradox: democracy and the future of the world economy (O paradoxo da globalização: democracia e o futuro da economia mundial). No mundo, a UE foi a instituição que levou mais longe, no plano político, o sonho global. Mas o Reino Unido sempre pensou diferente. “O interesse britânico na Europa sempre foi primariamente econômico”, dizia Rodrik já em 2011. “Sua abordagem minimalista diante da construção de instituições europeias contrasta agudamente com as metas federalistas mais ambiciosas, de França e Alemanha.”
(Helio Gurovitz, 26/06/2016. Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/helio-gurovitz/noticia/2016/06/o-que-ha-de-errado-comglobalizacao.html. Fragmento.)
Em relação ao conteúdo da citação “O Estado-nação é passado. As fronteiras desapareceram. A distância morreu. A
Terra é plana. Nossas identidades não estão limitadas pelo lugar onde nascemos” (2º§), pode-se afirmar que