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ID
2274628
Banca
IDECAN
Órgão
UERN
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


    Persuasão é coisa de político, marqueteiro e vendedor, gente com uma habilidade natural para seduzir, certo? Errado. Novos estudos revelam que a habilidade de convencer está impregnada em cada ser humano e teria, inclusive, contribuído para a evolução do nosso raciocínio. Mesmo que existam pessoas com o dom da lábia, técnicas de influência amparadas na ciência podem ser aprendidas por qualquer um. É o que afirma o Ph.D. em psicologia social Robert Cialdini, um dos maiores especialistas na área. [...]

    Nossa mente evoluiu para argumentar e persuadir os outros, sustentam artigos recém-publicados pelos renomados cientistas cognitivos Hugo Mercier e Dan Sperber, do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França. Eles analisaram diversos estudos que mostram como o pensamento coletivo resolve melhor que o individual uma ampla gama de questões. [...]

    Basta uma rápida reflexão para perceber o quanto essa necessidade de persuadir está presente em nosso dia a dia. Ela dá as caras ao pedir passagem no trânsito, pleitear aumento ao chefe ou quando queremos demover a namorada de assistir àquela comédia romântica no cinema (ou o namorado de ver um filme de ação). Ser bem-sucedido ou não nessas tarefas, mostram experimentos de psicologia social, não depende apenas de bons argumentos. Requer saber usar os chamados atalhos mentais, atitudes que, mesmo sem ter uma relação com a ideia que você tenta passar, fazem ela ser aceita com mais facilidade.

    A investigação desses atalhos começa com os estudos do psicólogo e Prêmio Nobel Daniel Kahneman, que descreveu o mecanismo rápido de tomada de decisões do cérebro. Kahneman demonstrou que nosso pensamento segue padrões baseados na experiência. Quando percebemos, por exemplo, que produtos caros normalmente têm qualidade superior, fazemos uma associação automática na nossa mente. Depois disso, todas as vezes que olharmos para um produto caro, a tendência será pensar que ele é melhor, mesmo que nada mais indique isso. Esse tipo de pré-conceito mental entra em cena várias vezes durante uma argumentação. Se dissermos que a ideia que estamos passando é amparada por um Prêmio Nobel (como acabamos de fazer), aumentam as chances de você se mostrar mais receptivo a ela, mesmo que seja um absurdo – o que, vamos deixar claro, não é o caso aqui.

    Esses pensamentos intuitivos foram batizados de Sistema 1 (ou associativo) e, embora não pareçam, são benéficos. Eles economizam energia e tempo cerebral. Imagine o caos se a gente fosse parar para pensar com calma a cada pequena decisão. O contraponto é o Sistema 2 (ou analítico), usado quando precisamos meditar por um tempo antes de agir. As estratégias de persuasão operam principalmente em cima do Sistema 1, tentando capturar o interlocutor sem que ele reflita demais sobre o assunto, e se valem do fato de que uma parte da nossa maneira de pensar não se guia apenas pela racionalidade.

    Um dos indícios disso é que a probabilidade de absorver ou não as mensagens de um interlocutor depende bastante de elementos que nada têm a ver com o que a pessoa diz. O psicólogo Albert Mehrabian, professor da Universidade da Califórnia, estabeleceu, depois de anos de pesquisas, uma regra clássica para mensurar como as mensagens são retidas. Segundo ele, 7% da chance de ter o discurso registrado se deve às palavras escolhidas, 38% às variações na entonação da voz e no ritmo da fala e 55% ao aspecto visual – gestos e expressões do rosto. “O que toca o outro é o comportamento não-verbal. Ele é útil para criar um canal de empatia, sem o qual fica muito difícil convencer alguém”, diz a fonoaudióloga Cida Coelho, doutora em psicologia social e professora do Centro Universitário Monte Serrat, em Santos.

(SPONCIATO, Diogo. Revista Galileu, São Paulo, Globo, nº 257, dez. 2012. Com adaptações.)

No final do 4º§, o enunciador propõe um fato hipotético para exemplificar acerca da questão tratada no texto. Neste caso, é correto afirmar que através do excerto: “Se dissermos que a ideia que estamos passando é amparada por um Prêmio Nobel (como acabamos de fazer), aumentam as chances de você se mostrar mais receptivo a ela, mesmo que seja um absurdo — o que, vamos deixar claro, não é o caso aqui.” (4º§)

Alternativas
Comentários
  • Quêêê issooooo!!! Sério, e é questão recente!! Que horror!! Você viu as estatísticas??? A alternativa A foi mesmo a mais respondida; e mais da metade das pessoas que respondeu errou a questão! Absurdo!
  • Eu acho que eu não sei olhar as estatísticas das questões! hahahhaa tava achando péssimo não aparecer mais aquelas carinhas!
  • HAHAHAH achei!
  • excerto = pequena parte de

  • Gabarito: A.

     

    Função da linguagem: metalinguística.

  • Signo, no sentido mais geral, designa, tal como o símbolo, o índice ou o sinal, um elemento A (de natureza diversa) substituto dum elemento B. 

    Signo linguístico é a designação dos sinais próprios da linguagem verbal. Apresenta certo número de características essenciais: arbitrariedade, carácter linear do significante, imutabilidade (não é livre, é imposto) e, contraditoriamente, mutabilidade (alteração no tempo, que assegura a continuidade da língua).

     

    Código: sistema de sinais (ou de signos, ou de símbolos) que, por convenção prévia, se destina a representar e a transmitir a informação entre a fonte (ou emissor) dos sinais e o ponto de destino (ou receptor). Os sinais que formam um código são em número restrito.

     

    Linguagem é a capacidade específica da espécie humana de comunicar por meio dum sistema de signos vocais (ou língua). Este sistema de signos vocais utilizado por um grupo social (ou comunidade linguística) determinado constitui uma língua particular. Assim, língua materna é a em uso no país de origem do locutor e que este adquiriu logo na infância, no decurso da sua aprendizagem da linguagem.

    No interior duma mesma língua há dois modos diferentes de comunicação, dotados cada um de um sistema próprio: a língua escrita e a língua falada.

    linguística é o estudo científico da linguagem, 

     

    Função Metalinguística   - Palavra-chave: código

    Esta função refere-se à metalinguagem, que ocorre quando o emissor explica um código usando o próprio código.

    É a poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto.

    As gramáticas e os dicionários são exemplos de metalinguagem.

     

    Exemplo:

    Frase é qualquer enunciado linguístico com sentido acabado.

    (Para dar a definição de frase, usamos uma frase.)

     

    A principal característica da função metalinguística é o fato de a mensagem estar centrada no próprio código. Cada função tem um foco em um dos elementos da comunicação e, para a função metalinguística, nada é mais importante do que a própria palavra e seus desdobramentos. Nela, o código é utilizado para falar sobre o próprio código, explicando-o e analisando-o.

     

    Nos textos verbais, o código é a língua. No dia a dia, recorremos com frequência à função metalinguística mesmo que intuitivamente. Quando questionamos nosso interlocutor sobre algo que não entendemos daquilo que ele nos falou, a resposta provavelmente será construída através de um texto metalinguístico. Nosso interlocutor retoma aquilo que disse, explicando-nos minuciosamente o conteúdo de sua mensagem.

  • "Questão: 03 Recurso Improcedente. Ratifica-se a opção divulgada no gabarito preliminar. Quanto ao conteúdo programático utilizado para elaboração de tal questão, trata-se do item “Interpretação de texto.” Em momento algum foi cobrado o nome específico de alguma das funções de linguagem, mas sim o efeito de sentido produzido no texto. A alternativa “B) A persuasão explícita incide sobre o ponto de vista declarado no texto a respeito da argumentação.” não pode ser considerada correta, pois, em “Se dissermos que a ideia que estamos passando é amparada por um Prêmio Nobel (como acabamos de fazer), aumentam as chances de você se mostrar mais receptivo a ela, mesmo que seja um absurdo — o que, vamos deixar claro, não é o caso aqui.” há uma exemplificação em relação ao que foi dito antes e não uma persuasão explícita como, por exemplo, “é preciso que...” “é necessário que...”. A alternativa “C) O enunciador expõe, com subjetividade, explicação acerca da informação mencionada anteriormente.” não pode ser considerada correta, pois, trata-se de uma exemplificação hipotética e não uma elucidação ou explicação. Fonte:  CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar; CILEY, Cleto. Interpretação de Textos. Construindo Competências e Habilidades em Leitura. Ensino Médio. 2. ed. São Paulo: Atual, 2012.  SACONNI, Luiz Antonio. Nossa Gramática Teoria e Prática. Ed. Atual,21ª ed."

     

    http://www.idecan.org.br/concursos/252/45_14092016164415.pdf

  • Gabarito A

    FUNÇÕES LINGUÍSTICA:

    ·       Função Referencial ou Denotativa:  chamada de função informativa, a função referencial tem como objetivo principal informar, referenciar algo. Ex. de uma notícia também.

    ·       Função Emotiva ou Expressiva: Também chamada de função expressiva, na função emotiva o emissor tem como objetivo principal transmitir suas emoções, sentimentos e subjetividades por meio da própria opinião. Ex.: e-mail da mãe para os filhos.

    ·       Função Poética: Nessa função, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será transmitida por meio da escolha das palavras, das expressões, das figuras de linguagem. Por isso, aqui o principal elemento comunicativo é a mensagem. Ex.: Uma história sobre a avó.

    ·       Função Fática: Tem como objetivo estabelecer ou interromper a comunicação de modo que o mais importante é a relação entre o emissor e o receptor da mensagem. Aqui, o foco reside no canal de comunicação. Ex.: Uma conversa telefônica.

    ·       Função Conativa ou Apelativa: Também chamada de apelativa, a função conativa é caracterizada por uma linguagem persuasiva que tem o intuito de convencer o leitor. Por isso, o grande foco é no receptor da mensagem. Ex.: Vote em mim.

    ·       Função Metalinguística: é caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a linguagem que se refere à ela mesma. Dessa forma, o emissor explica um código utilizando o próprio código. Ex.: Escrever é uma forma de expressão gráfica.