- ID
- 2284474
- Banca
- PUC - RS
- Órgão
- PUC - RS
- Ano
- 2016
- Provas
- Disciplina
- Literatura
- Assuntos
Leia o poema A meu pai morto, de Augusto dos Anjos, e analise as afirmativas.
Podre meu Pai! A Morte o olhar lhe vidra.
Em seus lábios que os meus lábios osculam
Microrganismos fúnebres pululam
Numa fermentação gorda de cidra.
Duras leis as que os homens e a hórrida hidra
A uma só lei biológica vinculam,
E a marcha das moléculas regulam,
Com a invariabilidade da clepsidra!...
Podre meu Pai! E a mão que enchi de beijos
Roída toda de bichos, como os queijos
Sobre a mesa de orgíacos festins!...
Amo meu Pai na atômica desordem
Entre as bocas necrófagas que o mordem
E a terra infecta que lhe cobre os rins!
I. As estrofes que começam por “Podre meu Pai!”
reiteram a ideia de que, por trás da Morte, há a
presença de bichos e microrganismos cuja função
é servir à lei biológica, que conduz todo ser vivo
ao seu fim e à dissolução.
II. O poema, por ser um soneto, contrasta com a produção
de Augusto dos Anjos, em geral marcada
pela presença de versos livres e pela renovação
formal.
III. O uso de vocabulário científico, transformado
em linguagem poética pelo autor, é percebido na
poesia de Augusto dos Anjos.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são