- ID
- 2284981
- Banca
- VUNESP
- Órgão
- Prefeitura de Suzano - SP
- Ano
- 2015
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Leia o texto para responder à questão.
O que dá vida às escolas é o trabalho que nelas se desenvolve e as relações que ali acontecem em decorrência disso. Nesse sentido, as salas de aula são lugares privilegiados, mas é preciso pensar na vida que transcorre fora delas e que está estreitamente relacionada ao que ocorre no seu interior. O papel de secretários, porteiros, jardineiros, serventes, faxineiros, merendeiras e da equipe de manutenção articula-se ao dos gestores, professores e alunos, constituindo parte indispensável e insubstituível do organismo escolar e conferindo àqueles que o executam características de educadores.
Pode-se dizer, de certo modo, que o ambiente escolar é constituído de múltiplas educações. Na comunidade que se forma no interior da instituição e nas relações entre os sujeitos que dela participam, se entrecruzam e se influenciam diferentes saberes e vivências. Por isso, é preciso observar se a ética está presente nessa complexa rede de relacionamentos. Muitas vezes, princípios considerados no vínculo entre “iguais” — aluno-aluno, professor-professor, gestor- -gestor — são deixados de lado no contato com os outros membros da comunidade.
Do ponto de vista da ética, a relação é sempre entre iguais: são todos seres humanos, pessoas. Diferentes em seu jeito de ser, na forma como enxergam o mundo, nas funções que desempenham. Iguais em seus direitos, na sua dignidade. Iguais na diferença — é isso que reclama o princípio ético da justiça
Gosto de recorrer ao belo poema do dramaturgo alemão Bertolt Brecht Perguntas de um Trabalhador que Lê, que denuncia de forma contundente como tantas vezes não se consegue perceber a função dos diversos sujeitos na construção da história das sociedades. No primeiro verso, Brecht questiona: “Quem construiu a Tebas das sete portas?” E, a seguir, diz: “Nos livros está o nome dos reis”. Então volta a indagar: “Terão os reis carregado as pedras?” Provocação importante para pensarmos na construção da vida escolar. Ao perguntarmos: “Quem concebe a Educação escolar?”, deveríamos responder, criticamente: “Todos os que nesse ambiente desenvolvem parte de sua vida e ali se relacionam, ensinando, aprendendo, criando, partilhando conhecimentos, fazeres, valores e crenças. Todas as pessoas — únicas na sua identidade, iguais na sua humanidade”. O contrário da igualdade não é a diferença. É a desigualdade, algo que se cria no momento em que se rompe com os princípios éticos.
(Terezinha Azerêdo Rios. Lugar de múltiplos saberes. Disponível em:
http://goo.gl/JIErN5. Acesso em 30.01.2015. Adaptado)
O texto traz a ideia de que, nas relações escolares, princípios éticos associados à igualdade