Os urólitos ocorrem
em animais de qualquer sexo, mas a obstrução raramente
ocorre em fêmeas devido à uretra curta, sem flexões
e de maior diâmetro. A flexura sigmóide, a curvatura isquiática
e o processo uretral dos ovinos e caprinos constituem
os locais mais comuns para os urólitos se alojarem
e causar obstrução. Ovinos e caprinos castrados em idade
precoce são mais susceptíveis, por terem menor desenvolvimento
da uretra, que é de menor calibre que a
uretra de animais não castrados.
Ruminantes alimentados com grãos ou seus subprodutos
são mais predispostos a urolitíase devido ao fato
destes terem níveis de fósforo superiores ao de cálcio, o
que leva a proporção de cálcio/fósforo da dieta a níveis
de 1:1 ou menores. Nessas condições formam-se urólitos
de estruvita (fosfato de amoniamagnésio hexaidratado).
Dietas ricas em magnésio também favorecem a forma-
ção desses cálculos. A concentração de mucoproteínas
da urina, que ajudam a formar o núcleo orgânico dos cálculos,
é aumentada por rações ricas em concentrados e
pobres em volumosos. A peletização parece aumentar,
também, os riscos de formação de cálculos, se a ração já
apresenta tendência para tal. A saliva é importante, também, no metabolismo do fósforo,
pois apresenta uma concentração de fósforo 12 a 16
vezes maior do que o sangue. Os ruminantes removem o
fósforo do organismo pela sua excreção pela saliva e daí
para o rúmen e fezes. Normalmente, cerca de 60% do P
que chega ao rúmen é proveniente da saliva e os 40%
restantes vêm da dieta. Dietas altas em concentrados e
baixas em volumosos diminuem a formação de saliva, em
conseqüência mais fósforo deve ser eliminado pelo rim e
excretado na urina aumentando o risco de urolitíase
(Anderson 2007). Outras causas de urolitíase, não observadas no nordeste,
incluem o pastejo em solo ricos em sílica causando
urólitos de sílica e dietas ricas em cálcio que podem
produzir urólitos de carbonato de cálcio. FONTE:
http://www.scielo.br/pdf/pvb/v28n6/10.pdf