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A Hipótese das Expectativas Racionais (John Muth,1961) constitui um dos pressupostos base das modernas teorias neoclássicas e de acordo com esta, as previsões dos agentes econômicos são não enviesadas (ou seja, não contém erros sistemáticos de previsão) e baseiam-se em toda a informação disponível.
Assumindo como verdadeira a hipótese das expectativas racionais, o governo não poderá enganar as populações com políticas econômicas sistemáticas pois estes são racionais e possuem a mesma informação que o governo.
Portanto, nesse contexto, o combate de um processo inflacionário depende dos agentes se convencerem de que o Governo realmente conseguirá implementar o ajuste.
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a) Como as bancas gostam disso! Por isso que insistimos em mostrar para vocês que a grande diferença entre expectativas racionais e adaptativas na prática é que, com expectativas racionais, consegue-se reduzir a inflação sem grandes sacrifícios em termos de emprego e renda.
b) Claro que é eficaz no curto prazo. É justamente no curto prazo que se deve combater a inflação, ora.
c) Longe disso! Combater um processo inflacionário é uma das coisas mais complexas e difíceis em economia. Mesmo com sacrifício menor proporcionado pelas expectativas racionais, o combate à inflação ainda é muito difícil.
d) Essa alternativa nem faz sentido. De qualquer forma, tenhamos em mente que o desemprego tende à sua taxa natural no longo prazo.
e) É isso! As expectativas racionais trazem essa possibilidade de os agentes deixarem de olhar apenas para o passado e olharem para todas as informações disponíveis no presente. E uma das informações mais importantes para formulação das expectativas para a inflação é o quanto o Governo está comprometido com o ajuste necessário.
Resposta: E
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Comentário aprofundado:
A questão traz à baila a relação de Philips, ampliada pela corrente das expectativas racionais. Vejamos:
Curva de Philips básica: π = - b (u – u*)
Curva de Philips em HER: π = π(e) - b (u – u*) + ϵ
Pela leitura de ambas as fórmulas, é possível verificar que na HER a inflação atual π é influenciada pela inflação passada π(e), razão pela qual o governo, ao implementar uma política econômica no sentido de debelar um surto inflacionário, deverá o fazer de forma CRÍVEL, ou seja, respaldada por credibilidade junto aos agentes econômicos.
Dessa forma, os agentes aceitam as hipóteses críveis da política econômica, reduzindo π(e), de forma que suas expectativas influenciem π no período atual, reduzindo de fato a inflação.
Esse processo foi crucial na batalha contra a inflação na década de 1990. A URV era a medida confiável na qual os agentes convertiam os valores da moeda nacional em medida de valor, de forma que a inflação inercial ensejada até então pela majoração das expectativas π(e) fosse debelada.
Ao reduzir π(e), expurga-se o componente inercial e desloca-se a curva de Philips de curto prazo para a esquerda, reduzindo-se preços.
Gabarito: E