SóProvas


ID
2316877
Banca
Instituto Excelência
Órgão
SAAE de Barra Bonita - SP
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Não há vagas

O preço do feijão

não cabe no poema. O preço

do arroz

não cabe no poema.

Não cabem no poema o gás

a luz o telefone

a sonegação

do leite

da carne

do açúcar

do pão.


O funcionário público

não cabe no poema

com seu salário de fome

sua vida fechada

em arquivos.

Como não cabe no poema

o operário

que esmerila seu dia de aço

e carvão

nas oficinas escuras


– porque o poema, senhores,

está fechado: “não há vagas”

Só cabe no poema

o homem sem estômago

a mulher de nuvens

a fruta sem preço


O poema, senhores,

não fede

nem cheira.

GULLAR, Ferreira. “Não há vagas”. In: Toda Poesia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980. 

A expressão “não cabe no poema” é repetida várias vezes ao longo do texto. Ao analisar o poema, sua temática e sua construção percebe-se que:

Alternativas
Comentários
  • Fique em duvida entre a letra c e a d. Para mim a repetição demonstra apenas a relevância dos temas sociais.

  • Gabarito está B, mas também não concordo.

     

    Acredito que essa afirmação (do gabarito) esteja muito aquém quanto ao real desejo do autor, que é de criticar/opinar sobre assuntos sociais, como o colega mencionou.

     

    Dizer que "a repetição da expressão mostra que questões sociais devem ser temas discutidos em poemas" parece um pensamento muito limitado sobre o texto.

     

    Na minha opinião, gabarito deveria ser D.

  • o autor uso de ironia e deu enfãse para o  que normalmente não se lê em poesias