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ID
2334040
Banca
FCC
Órgão
TRE-SP
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

Amizade

    A amizade é um exercício de limites afetivos em permanente desejo de expansão. Por mais completa que pareça ser uma relação de amizade, ela vive também do que lhe falta e da esperança de que um dia nada venha a faltar. Com o tempo, aprendemos a esperar menos e a nos satisfazer com a finitude dos sentimentos nossos e alheios, embora no fundo de nós ainda esperemos a súbita novidade que o amigo saberá revelar. Sendo um exercício bem-sucedido de tolerância e paciência – amplamente recompensadas, diga-se – a amizade é também a ansiedade e a expectativa de descobrirmos em nós, por intermédio do amigo, uma dimensão desconhecida do nosso ser.

    Há quem julgue que cabe ao amigo reconhecer e estimular nossas melhores qualidades. Mas por que não esperar que o valor maior da amizade está em ser ela um necessário e fiel espelho de nossos defeitos? Não é preciso contar com o amigo para conhecermos melhor nossas mais agudas imperfeições? Não cabe ao amigo a sinceridade de quem aponta nossa falha, pela esperança de que venhamos a corrigi-la? Se o nosso adversário aponta nossas faltas no tom destrutivo de uma acusação, o amigo as identifica com lealdade, para que nos compreendamos melhor.

    Quando um amigo verdadeiro, por contingência da vida ou imposição da morte, é afastado de nós, ficam dele, em nossa consciência, seus valores, seus juízos, suas percepções. Perguntas como “O que diria ele sobre isso?” ou “O que faria ele com isso?” passam a nos ocorrer: são perspectivas dele que se fixaram e continuam a agir como um parâmetro vivo e importante. As marcas da amizade não desaparecem com a ausência do amigo, nem se enfraquecem como memórias pálidas: continuam a ser referências para o que fazemos e pensamos.

(CALÓGERAS, Bruno, inédito)

Considere as seguintes afirmações:
I. No primeiro parágrafo, há a sugestão de que a tolerância e a paciência, qualidades positivas mas dispensáveis entre amigos verdadeiros, dão lugar à recompensa da incondicionalidade do afeto.
II. No segundo parágrafo, expressa-se a convicção de que o amigo verdadeiro não apenas releva nossos defeitos como também é capaz de convertê-los em qualidades nossas.
III. No terceiro parágrafo, considera-se que da ausência ocasional ou definitiva do amigo não resulta que seus valores e seus pontos de vista deixem de atuar dentro de nossa consciência.
Em relação ao texto está correto o que se afirma em

Alternativas
Comentários
  • I - Não são dispensáveis como afirma a assertiva: Sendo um exercício bem-sucedido de tolerância e paciência. ERRADO

    II- ele não converte os defeitos: ele, o amigo, as identifica com lealdade, para que nos compreendamos melhor. ERRADO

    III- As marcas da amizade não desaparecem com a ausência do amigo, nem se enfraquecem como memórias pálidas: continuam a ser referências para o que fazemos e pensamos. CORRETO

     

    LETRA :E

  • Gabarito E
    Explicação da Professora Aline Aurora.
    A Profª  fez a correção das questões da parte de Português, inclusive com a análise do texto.

    https://www.youtube.com/watch?v=oNkEdZxlf_A
    A Correção da prova AJAJ começa em 1h 23min 40s.

    Essa questão, no vídeo, ela corrigiu no tempo: 1h 38min 15s

    Bons estudos, pessoal!

  • Esse tipo de texto para interpretar é o "CRÓIS"

    Sei que o comentário não ajuda em nada, entretanto eu não entendi nada.

  • I - ERRADO:O parágrafo não diz ser dispensável,somente afirma ser um exercício bem-sucedido e amplamente recompensadas.

    II-ERRADO:O amigo aponta nossa falha,a fim de que venhamos a corrigi-la, não torná-las nossas qualidades.

    III-CORRETO:"As marcas da amizade não desaparecem com a ausência do amigo, nem se enfraquecem como memórias pálidas: continuam a ser referências para o que fazemos e pensamos."

  • Poxa vida, esse texto me lembrou de uma fala do Glenn, personagem de TWD, na 6° temporada, quando ele fala que todos os amigos que morreram permanecem vivos com os seus valores dentro dos nossos corações. Mesmo mortos, os valores de pessoas importantes continuam influenciando nas nossas escolhas no dia a dia.

     

    O texto da FCC é muito bom. O autor explora duas funções benéficas de uma amizade.

     

    Vida longa e próspera, C.H.

  • I. Extrapolação - No texto não há nada que evidencie isso: "qualidades positivas mas dispensáveis"

    II. Extrapolação -  No texto não há nada que evidencie a afirmativa: "capaz de convertê-los em qualidades nossas".

    "para conhecermos melhor nossas mais agudas imperfeições"

    III. Correto - No terceiro parágrafo, considera-se que da ausência ocasional ou definitiva do amigo não resulta que seus valores e seus pontos de vista deixem de atuar dentro de nossa consciência.

    "Quando um amigo verdadeiro... é afastado de nós, ficam dele, em nossa consciência, seus valores, seus juízos, suas percepções."

  • "Não cabe ao amigo a sinceridade de quem aponta nossa falha, pela esperança de que venhamos a corrigi-la?"

    Logo a afirmativa II está incorreta, já que os defeitos  são apenas apontados/indicados  pelo amigo (na esperança de que esses erros apontados, venham a ser corrigidos por nós), não se tratando de uma relação necessária e automática a sua conversão em qualdiades, como indica  o item II

     

  • aquele momento que vc já fez tanta questão que ao invés de ler "releva", você lê "revela" e erra a questão pela semântica da palavra lida errada hahahaha