Gabarito: A
"A palavra cordial, nesse caso, remete ao latim cordis, que significa coração. O homem cordial é, assim, alguém que age com o coração ao invés da razão. Para o autor, o brasileiro carrega uma herança já de Portugal e, mais do que isso, indígena e africana, que o torna mais voltado à família patriarcal e amizades. Além disso, temos um cenário de poder instaurado que não permite diálogo entre quem governa e quem é governado. Para o homem cordial, a esfera pública é uma extensão da esfera privada, quando elas, na verdade, deveriam ser opostas. Isso gera um problema de entendimento de leis em prol de interesses próprios. Além disso, segundo o autor, “a própria gestão política apresenta-se como um assunto de seu interesse particular”, e isso explica o hábito, até hoje visto, de políticos levarem parentes e amigos à cargos públicos. O problema está, como o autor indica, no crescimento das cidades e na não-distinção entre o que é público e privado.Com o crescimento das cidades, o homem se vê obrigado a ser individualista. A cordialidade é também, de certa forma, uma negação a isso, pois ela aproxima as pessoas e cria uma esfera nova de regras, como num círculo familiar. No fim da análise, Sérgio Buarque de Holanda mostra como até mesmo a nossa religião é “cordial”, uma vez que não é rígida nas formas da oração e chega a aproximar os santos, de um jeito que poderia ser julgado até mesmo como desrespeitoso em outros países, como é o caso da Santa Teresinha."
Fonte: http://www.posfacio.com.br/2012/05/17/o-homem-cordial-sergio-buarque-de-holanda/