SóProvas


ID
2353744
Banca
COMPERVE
Órgão
UFRN
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Na corrida contra a demência

Gláucia Leal

        “Sorte daqueles que não têm de morrer”, diz um provérbio tibetano que, volta e meia, me vem à cabeça. A frase – ligeiramente irônica, já que a finitude é inevitável – tem, como contexto, a crença na lei de causas e consequências, segundo a qual teremos de nos haver com as repercussões de nossos atos, nossas intenções e nossas palavras – nesta ou em outras existências. E não porque tenhamos de ser castigados, mas sim porque prevalece a ideia de que nada nos acontece sem que, em algum momento, tenhamos criado as causas para isso. Fazendo uma releitura do ditado oriental, tomo a liberdade de dizer que teríamos sorte se não tivéssemos de envelhecer. Esse desfecho não é inevitável, claro, mas a alternativa também não parece nada atraente. Na maioria absoluta, ansiamos pela vida. Com o aumento dessa expectativa, o problema é chegarem também os “males” dos desgastes impostos pelo tempo. A demência, que nos rouba de nós mesmos, talvez seja um dos mais temidos.
        O mais prevalente desses quadros é a doença de Alzheimer. A patologia pode ter evoluído concomitantemente com a inteligência humana. Em artigo publicado no periódico científico bioRxiv, cientistas afirmaram ter encontrado evidências de que, entre 50 mil e 200 mil anos atrás, a seleção natural impulsionou mudanças em seis genes envolvidos no desenvolvimento cerebral, o que pode ter contribuído para aumentar a conectividade neuronal, tornando os humanos modernos mais inteligentes à medida que evoluíram de seus ancestrais hominídeos. Essa nova capacidade intelectual, porém, não veio sem custo: os mesmos genes estão implicados no Alzheimer. O geneticista Kun Tang, do Instituto de Ciências Biológicas de Xangai, na China, que liderou a pesquisa, especula que o distúrbio de memória se desenvolveu à medida que cérebros em processo de envelhecimento lutavam com novas demandas metabólicas impostas pela crescente inteligência.
        Mas essa é só uma parte da história: se a capacidade de aprender e memorizar nos penaliza, ela também acena com a possibilidade de afastar a manifestação do Alzheimer, às vezes por vários anos ou até por toda a vida. O neurocientista David A. Bennett, diretor do Centro Rush da Doença de Alzheimer em Chicago, um dos mais renomados pesquisadores na área, revela uma descoberta surpreendente: pessoas com a mesma condição cerebral podem apresentar estado mental completamente diferente. Enquanto uma perde a memória, outra se mostra lúcida e capaz. Ou seja, mais importante do que o estado físico dos tecidos é o uso que se faz deles, apesar dos danos.
        Para ganhar a corrida contra a demência, duas armas são fundamentais: afeto e exercício intelectual. Apostar no que faz bem, manter pessoas queridas por perto, cultivar relações de intimidade, cuidar de animais e se divertir, movimentar o corpo, passear, falar mais de um idioma e aprender coisas contribui para postergar o surgimento do Alzheimer e diminuir o número de anos que se passa doente no fim da vida. Curiosamente, parece que a prevenção está justamente no que tende a nos tornar mais felizes. 

Disponível em: <https://www.uol.com.br/ > . Acesso em:10 set. 2016. [Texto adaptado] 

A progressão do tema desenvolvido no texto obedece à seguinte sequenciação:

Alternativas
Comentários
  • c)

    no primeiro parágrafo, insere-se, em um cenário bastante amplo, o problema em foco; no segundo e no terceiro parágrafos, apresentam-se aspectos característicos do problema; e, no último parágrafo, propõe-se encaminhamento para enfrentar o problema.

  • c)

    no primeiro parágrafo, insere-se, em um cenário bastante amplo, o problema em foco; no segundo e no terceiro parágrafos, apresentam-se aspectos característicos do problema; e, no último parágrafo, propõe-se encaminhamento para enfrentar o problema.

    Se olhar bem as questões conseguimos eliminar e fica mais fácil.

  • EXISTEM COMENTÁRIOS INÚTEIS EM ALGUMAS QUESTÕES ! REPETIR O GABARITO DA QUESTÃO É NÃO TER NOÇÃO DA INUTILIDADE.

  • Não tem qualquer utilidade REPETIR o gabarito das questões!!!!

  • Gente, a galera coloca o gabarito aqui porque muita gente não tem o plano de questões, aí quando atinge o limite de questão diária ficam sem conseguir ver qual é a alternativa correta. 

  • Repetir o gabarito é bem mais útil que reclamar de quem o faz!!!

    c)

    no primeiro parágrafo, insere-se, em um cenário bastante amplo, o problema em foco; no segundo e no terceiro parágrafos, apresentam-se aspectos característicos do problema; e, no último parágrafo, propõe-se encaminhamento para enfrentar o problema.

  • PRIMEIRO PARÁGRAFO - ele fala sobre a DEMÊNCIA. A Demência é um TERMO GENÉRICO de uma doença degenerativa, pois existe vários tipos de DEMÊNCIA, OU SEJA, É ALGO AMPLO.

     

    LINHA 7 -  [...] A DEMÊNCIA, que nos rouba de nós mesmos, talvez seja um dos mais temidos.

     

    FORMAS MAIS COMUNS DE DEMÊNCIA:

     

    Alzheimer;

    Vascular;

    Parkinson;

    Corpos de Lewy;

    Frontotemporal;

    Huntington;

    Creutzfeldt-Jacob; e

    OUTROS.

     

    SEGUNDO E TERCEIRO PARÁGRAFO: ele ESPECÍFICA o termo genérico, a DEMÊNCIA, dizendo que o mais COMUM é o ALZHEIMER.

     

    LINHA 8 - § 2ª -  O mais prevalente desses quadros é a doença de ALZHEIMER.

     

    ÚLTIMO PARÁGRAFO: Introduz Oração Subordinada Adverbial Consecutiva - exprime um FIM ou FINALIDADE de um objetivo.

     

    Ex: PARA; para que, a fim de que...

     

    LINHA 20 - § ÚLTIMO - PARA ganhar a corrida contra a demência, duas armas são fundamentais: afeto e exercício intelectual. Apostar no que faz bem, manter pessoas queridas por perto, cultivar relações de intimidade, cuidar de animais e se divertir, movimentar o corpo, passear, falar mais de um idioma e aprender coisas

  • Repetindo, gabarito Letra C

     

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