SóProvas


ID
2353747
Banca
COMPERVE
Órgão
UFRN
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Na corrida contra a demência

Gláucia Leal

        “Sorte daqueles que não têm de morrer”, diz um provérbio tibetano que, volta e meia, me vem à cabeça. A frase – ligeiramente irônica, já que a finitude é inevitável – tem, como contexto, a crença na lei de causas e consequências, segundo a qual teremos de nos haver com as repercussões de nossos atos, nossas intenções e nossas palavras – nesta ou em outras existências. E não porque tenhamos de ser castigados, mas sim porque prevalece a ideia de que nada nos acontece sem que, em algum momento, tenhamos criado as causas para isso. Fazendo uma releitura do ditado oriental, tomo a liberdade de dizer que teríamos sorte se não tivéssemos de envelhecer. Esse desfecho não é inevitável, claro, mas a alternativa também não parece nada atraente. Na maioria absoluta, ansiamos pela vida. Com o aumento dessa expectativa, o problema é chegarem também os “males” dos desgastes impostos pelo tempo. A demência, que nos rouba de nós mesmos, talvez seja um dos mais temidos.
        O mais prevalente desses quadros é a doença de Alzheimer. A patologia pode ter evoluído concomitantemente com a inteligência humana. Em artigo publicado no periódico científico bioRxiv, cientistas afirmaram ter encontrado evidências de que, entre 50 mil e 200 mil anos atrás, a seleção natural impulsionou mudanças em seis genes envolvidos no desenvolvimento cerebral, o que pode ter contribuído para aumentar a conectividade neuronal, tornando os humanos modernos mais inteligentes à medida que evoluíram de seus ancestrais hominídeos. Essa nova capacidade intelectual, porém, não veio sem custo: os mesmos genes estão implicados no Alzheimer. O geneticista Kun Tang, do Instituto de Ciências Biológicas de Xangai, na China, que liderou a pesquisa, especula que o distúrbio de memória se desenvolveu à medida que cérebros em processo de envelhecimento lutavam com novas demandas metabólicas impostas pela crescente inteligência.
        Mas essa é só uma parte da história: se a capacidade de aprender e memorizar nos penaliza, ela também acena com a possibilidade de afastar a manifestação do Alzheimer, às vezes por vários anos ou até por toda a vida. O neurocientista David A. Bennett, diretor do Centro Rush da Doença de Alzheimer em Chicago, um dos mais renomados pesquisadores na área, revela uma descoberta surpreendente: pessoas com a mesma condição cerebral podem apresentar estado mental completamente diferente. Enquanto uma perde a memória, outra se mostra lúcida e capaz. Ou seja, mais importante do que o estado físico dos tecidos é o uso que se faz deles, apesar dos danos.
        Para ganhar a corrida contra a demência, duas armas são fundamentais: afeto e exercício intelectual. Apostar no que faz bem, manter pessoas queridas por perto, cultivar relações de intimidade, cuidar de animais e se divertir, movimentar o corpo, passear, falar mais de um idioma e aprender coisas contribui para postergar o surgimento do Alzheimer e diminuir o número de anos que se passa doente no fim da vida. Curiosamente, parece que a prevenção está justamente no que tende a nos tornar mais felizes. 

Disponível em: <https://www.uol.com.br/ > . Acesso em:10 set. 2016. [Texto adaptado] 

No texto, apresenta-se, como dominante, a sequência

Alternativas
Comentários
  •  c)

    explicativa. 

  • Texto Narrativo: Os textos narrativos apresentam ações de personagens no tempo e no espaço.Alguns exemplos de gêneros textuais narrativos: Romance / Novela / Crônica / Contos de Fada / Fábula / Lendas. 

     

    Texto Descritivo: Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor determinada pessoa, objeto, lugar, acontecimento. São exemplos de gêneros textuais descritivos: Diário / Relatos (viagens, históricos, etc.) / Biografia e autobiografia / Notícia / Currículo / Lista de compras / Cardápio / Anúncios de classificados
     

     

    Texto Dissertativo-Argumentativo: Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor um tema ou assunto por meio de argumentações; são marcados pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que tenta persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três partes: tese (apresentação), antítese (desenvolvimento), nova tese (conclusão). Exemplos de gêneros textuais dissertativos: Editorial Jornalístico / Carta de opinião / Resenha / Artigo / Ensaio / Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado.

     

    Texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é aquele que indica uma ordem, de modo que o locutor (emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor); por isso, apresentam, na maioria dos casos, verbos no imperativo. Alguns exemplos de gêneros textuais injuntivos: Propaganda / Receita culinária / Bula de remédio / Regulamento / Textos prescritivos.

    https://www.todamateria.com.br/generos-textuais/

  • Letra C - Explicativa

    Sequência explicativa ou expositiva: intenta explicar, dar informações a respeito de alguma coisa. O objetivo é fazer com que o interlocutor/ adquira um saber, um conhecimento que até então não tinha. É fundamental destacar que, nos textos explicativos, não se faz defesa de uma ideia, de um ponto de vista, - características básicas do texto argumentativo. Os textos explicativos tratam da identificação de fenômenos, de conceitos, de definições.

  • Um dos piores tipos de questões da COMPERVE, muto subjetivo. Deus me livre

  •  c)

    explicativa. 

     

  • Tem uma questão dessa mesma prova que perguntou a construção do texto:

    1 paragrafo: introdução

    2 e 3 paragrafo: caracterização do problema

    4 paragrafo: como erradicar o problema.

     

    Então, não há defesa de tese e, com isso, não pode ser argumentativo... mas é dissertativo kkk EXPLICATIVO.

    GABARITO ''C''

  •  c)

    explicativa. 

  • O texto é dissertativo-expositivo. Explicativo foi forçar a barra...

  • Bárbara Costa, explicativo é o mesmo que expositivo. 

     

  • Que banca! Que banca!!

  • GABARITO: C 

     


    Texto explicativo (injuntivo e prescritivo)


    A principal finalidade de um texto explicativo é instruir o leitor acerca de um procedimento. Fornece uma informação que condiciona a conduta do leitor, incitando-o a agir.


    Os textos explicativos podem ser injuntivos ou prescritivos. Os textos explicativos injuntivos possibilitam alguma liberdade de atuação ao leitor, enquanto os textos explicativos prescritivos exigem que o leitor proceda de uma determinada forma.


    Exemplos de texto explicativo injuntivo: receitas culinárias, manuais de instruções, bula de remédio,...

    Exemplos de texto explicativo prescritivo: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos,...

  • Acho que a confusão dessa questão é porque o texto que começa com um argumento de princípio (provérbio tibetano), seguido de argumento por evidência (artigo publicado) e argumento de autoridade (neurocientista). No entanto, por não haver a defesa de um ponto de vista por parte da autora, mas sim a exposição de um assunto, o texto é EXPOSITIVO ou também chamado EXPLICATIVO. 

     

  • REDAÇÃO  FCC  E FGV   -    DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVA

     

    REDAÇÃO    CESPE  -    EXPLICATIVO-EXPOSITIVA

  • TEXTO EXPOSITIVO/EXPLICATIVO

    Informa, expõe um problema. No texto, apesar de haver argumentos, ele não busca tentar convencer ou persuadir o leitor. Apenas o expõe com base em estudos.

  • O último parágrafo não é argumentativo??? Essa eu não engoli

  • Trata-se de um texto predominantemente explicativo, pois não tem a intenção de convencer o leitor sobre um posicionamento. Aqui, a opinião da autora é secundária. O propósito é expor ao leitor dados, informações científicas e argumentos de autoridades. As marcas que caracterizam um texto explicativo são estatísticas e citações.