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ID
2372518
Banca
IADES
Órgão
Fundação Hemocentro de Brasília - DF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

Pode-se dizer que a política de redução de danos ainda encontra resistências culturais, políticas, religiosas e econômicas, considerando que existem preconceitos institucionalizados nas práticas profissionais e nas relações familiares. Isto posto, o trabalho do(a) assistente social ganha em significado no sentido de trazer a público o discurso dos excluídos e esquecidos pela retórica burocrática hegemônica. Com base nessa informação, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • A política de redução de danos utilizada junto a usuários e dependentes de álcool e outras drogas ainda é muito criticada, sobretudo, pelo falta de conhecimento acerca de seus reais ganhos junto a essas pessoas. A política proibicionistas, aquela que busca proibir totalmente o uso de algumas drogas - pois, o tabaco e o álcool, por exemplo, são lícitos e aceitos socialmente - possui mais adeptos justamente por recair no senso comum e dispensar a reflexão crítica acerca da temática, como a questão da internação compulsória. A internação compulsória tem sido utilizada recorrentemente na atualidade, principalmente, nas conhecidas zonas de cracolândia dos grandes centro urbanos paulistas e cariocas. Porém, a não reflexão sobre essa ação naquelas cidades não nos irá remeter ao pensamento de que os governos tem se utilizado dessa ação para higienizar ruas e atender aos interesses da especulação urbana e imobiliárias dessas cidades. Portanto, por trás dessa "cultura" proibicionista busca-se atender a interesses do capital e não dos usuários que ali se encontram, sem refletir sobre os aspectos históricos, sociais e culturais do uso de drogas bem como sobre os impactos desse uso na saúde e na vida social dessas pessoas. Os assistentes sociais têm sido requisitados a compor essas equipes de abordagem na rua a esses usuários, por isso, é imperativo que a categoria reflita sobre qual ação, a de redução de danos ou proibicionista, seu projeto ético-político e seus princípios e valores são consoantes buscando resguardar direitos e defender intransigentemente os direitos humanos e sociais. Com base no texto de Cristina Maria Brites (Internação compulsória: um canto de sereias. In: Revista Inscrita. nº 14, ano 10, Dezembro de 2013, CFESS) iremos comentar cada assertiva:

    a) Esta alternativa está correta. A redução de danos possibilita minimizar os danos ao usuário que, por diversos motivos, ainda não deseja cessar o uso de drogas. Porém, pode-se minimizar os efeitos desse uso, como orientando ele com relação a alimentação e ingestão de líquido, visto que muitas drogas causam desidratação; distribuindo artigos e objetos utilizados para drogas injetáveis ou que possam oferecer contaminação de doenças, por exemplo. Esse tipo de ação é muito criticada pela sociedade, baseada no senso comum, porém, além de minimizar os efeitos causados pelo uso de drogas pode criar laços de afinidade e empatia entre o usuário e a equipe profissional, facilitando as abordagens e proporcionando, talvez no futuro, que aquele usuário pare de usar drogas. Assim, o assistente social além de divulgar essas ações de redução de danos e explicando e conscientizando sobre seus resultados tanto para o usuário quanto para a sociedade deve esclarecer que o sujeito que usa drogas é o protagonista de sua história. Portanto, ele deve escolher quais as intervenções deseja receber e ter sua autonomia respeitada, afinal, ele é o protagonista em suas relações sociais, com a família, com a sociedade.
    b) Esta alternativa está incorreta. Não se pode afirmar que todos os CAPS do país utilizam a redução de danos como proposta visto que os profissionais que compõem as equipes podem possuir concepções distintas. Fato é que a proposta da redução de danos vem adquirindo muitos adeptos na saúde coletiva por estar se apresentando mais eficaz do que o proibicionismo.
    c) Esta alternativa está incorreta. O uso de drogas abusivo por determinado membro da família não afeta somente o sujeito, mas todos que estão a sua volta. Em muitas situações é necessário oferecer atendimento e orientação também a essas pessoas para entenderem que a dependência é uma doença e suas formas tratamento.
    d) Esta alternativa está incorreta. Pelo contrário, as abordagens de redução de danos muitas vezes são criticadas pois no senso comum tem-se a impressão que elas fomentam o uso de droga e que a internação compulsória seria a melhor opção para aqueles que não podem refletir sobre o que querem. Porém, esses usuários - quando não estão sobre o efeito de drogas - são conscientes sobre sua vida e sobre o uso abusivo que fazem, por isso, devem ter sua autonomia respeitada. Autonomia esta que também é um princípio do SUS (Sistema Único de Saúde), em que o paciente pode opinar se que ou não determinado tratamento.
    e) Esta alternativa está incorreta. O uso abusivo de drogas pode causar inúmeros prejuízos na vida das pessoas mas é possível minimizar isso e trazer de volta diversos aspectos, como o retorno ao convívio familiar, social, a inserção no mercado de trabalho. A dependência de drogas é uma doença passível de tratamento e controle dos prejuízos. 


    RESPOSTA: A






  • Autor: Victória Sabatine , Mestre em Serviço Social (UFJF), Doutoranda em Serviço Social pela UFRJ, Assistente Social e Professora de Serviço Social.

     

    a) Esta alternativa está correta. A redução de danos possibilita minimizar os danos ao usuário que, por diversos motivos, ainda não deseja cessar o uso de drogas. Porém, pode-se minimizar os efeitos desse uso, como orientando ele com relação a alimentação e ingestão de líquido, visto que muitas drogas causam desidratação; distribuindo artigos e objetos utilizados para drogas injetáveis ou que possam oferecer contaminação de doenças, por exemplo. Esse tipo de ação é muito criticada pela sociedade, baseada no senso comum, porém, além de minimizar os efeitos causados pelo uso de drogas pode criar laços de afinidade e empatia entre o usuário e a equipe profissional, facilitando as abordagens e proporcionando, talvez no futuro, que aquele usuário pare de usar drogas. Assim, o assistente social além de divulgar essas ações de redução de danos e explicando e conscientizando sobre seus resultados tanto para o usuário quanto para a sociedade deve esclarecer que o sujeito que usa drogas é o protagonista de sua história. Portanto, ele deve escolher quais as intervenções deseja receber e ter sua autonomia respeitada, afinal, ele é o protagonista em suas relações sociais, com a família, com a sociedade.

    b) Esta alternativa está incorreta. Não se pode afirmar que todos os CAPS do país utilizam a redução de danos como proposta visto que os profissionais que compõem as equipes podem possuir concepções distintas. Fato é que a proposta da redução de danos vem adquirindo muitos adeptos na saúde coletiva por estar se apresentando mais eficaz do que o proibicionismo.

    c) Esta alternativa está incorreta. O uso de drogas abusivo por determinado membro da família não afeta somente o sujeito, mas todos que estão a sua volta. Em muitas situações é necessário oferecer atendimento e orientação também a essas pessoas para entenderem que a dependência é uma doença e suas formas tratamento.

    d) Esta alternativa está incorreta. Pelo contrário, as abordagens de redução de danos muitas vezes são criticadas pois no senso comum tem-se a impressão que elas fomentam o uso de droga e que a internação compulsória seria a melhor opção para aqueles que não podem refletir sobre o que querem. Porém, esses usuários - quando não estão sobre o efeito de drogas - são conscientes sobre sua vida e sobre o uso abusivo que fazem, por isso, devem ter sua autonomia respeitada. Autonomia esta que também é um princípio do SUS (Sistema Único de Saúde), em que o paciente pode opinar se que ou não determinado tratamento.

    e) Esta alternativa está incorreta. O uso abusivo de drogas pode causar inúmeros prejuízos na vida das pessoas mas é possível minimizar isso e trazer de volta diversos aspectos, como o retorno ao convívio familiar, social, a inserção no mercado de trabalho. A dependência de drogas é uma doença passível de tratamento e controle dos prejuízos. 

  • a) O profissional na política de redução de danos é um facilitador e um promotor do cidadão; este último é o protagonista do processo nas suas interações no trabalho, na família e na comunidade.  
    b)Todos os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) no Brasil adotam a Política de Redução de Danos.  
    c)Os danos sofridos por familiares, companheiros de trabalho e membros da comunidade em razão do uso abusivo de substâncias psicoativas são supérfluos para as estratégias de redução de danos. 
    d)Os estudos acerca das estratégias de redução de danos no serviço social demonstram que o preconceito contra usuários de drogas é ínfimo. 
    e)A vida social dos usuários de drogas não pode ser resgatada depois que o consumo é cotidiano.