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ID
2376898
Banca
COMPERVE
Órgão
UFRN
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O texto abaixo servirá de base para a questão.

O perigo da inteligência artificial para a humanidade

Rafael Ciscati e Marcos Coronato 

  Na ficção científica, a inteligência artificial, ou I.A., tem alguns papéis recorrentes. Costuma brilhar como a antagonista que pretende exterminar a humanidade. Esse é o propósito da Skynet, a versão militar e maligna da internet, no filme O exterminador do futuro: gênesis, a estrear em 2015. Nos últimos meses, os perigos da I.A. vêm sendo discutidos mais seria mente por gente brilhante como o astrofísico Stephen Hawking e o empresário Elon Musk, atuante nos setores de carros elétricos e exploração espacial. Porém, poucos atentaram à ideia central do pensador que desencadeou a discussão. O filósofo sueco Nick Bostrom não teme que as I.A’s. detestem pessoas ou que tentem machucá-las e afirma que “essas máquinas serão indiferentes a nós”. 
   Formas de I.A. indiferentes à humanidade ou com estratégias incompreensíveis por nós poderiam causar destruição física e caos social ao controlar bancos de dados, mercados financeiros, infraestrutura, redes de distribuição e sistemas de armamentos. Bostrom, pesquisador na Universidade de Oxford, no Reino Unido, dirige o Instituto para o Futuro da Humanidade. Pesquisa riscos existenciais à vida humana, como a colisão de asteroides com a Terra. O surgimento da I.A. e seus perigos ocupam seu livro mais recente, Superintelligence (Superinteligência, ainda sem previsão de lançamento no Brasil). Bostrom alerta para o advento de sistemas não só inteligentes, mas capazes de se autoaprimorar. Um computador assim poderia se reprogramar para elevar sua própria capacidade. Mais poderoso, poderia fazer isso de novo, e de novo. Desenvolveria, assim, capacidades de observação, aprendizado e planejamento muito superiores à humana. Bostrom chama esse fenômeno de superinteligência e conclui que ele é o principal risco existencial visível no futuro da humanidade. “Não devemos acreditar que o cérebro humano poderá competir com isso”, diz.
  O filósofo acredita que o surgimento de tecnologia assim não é questão de “se”, e sim de “quando”. Em 2012 e 2013, ele fez um levantamento de opinião a respeito com 170 especialistas. Na média, eles estimaram em 50% a chance de surgir, até 2050, uma I.A. capaz de assumir a maior parte das profissões humanas e em 90% a chance de isso ocorrer até 2075. Mais da metade dos entrevistados previu que a superinteligência emergiria até 30 anos depois e que haverá 33% de chance de ela ser algo “ruim” ou “extremamente ruim”.
  As preocupações se amparam na aceleração da evolução na área. Bart Selman, matemático da Universidade Cornell, estuda I.A. desde os anos 1980 e se impressiona com os avanços dos últimos cinco anos. Carros autônomos, software de tradução simultânea e de reconhecimento de imagem usam avanços obtidos com I.A. Conforme surgem aplicações comerciais, mais dinheiro flui para esse tipo de pesquisa, o que a acelera. Novas fronteiras de estudo, como as redes neurais artificiais e os chips neuromórficos, abrem frentes promissoras na tentativa de reproduzir o jeito humano de pensar.
  Nada garante, porém, que uma superinteligência – uma inteligência capaz de aprimorar a si mesma – continuará a pensar imitando o jeito humano, ou de forma que seja previsível ou compreensível por nós. Diante dessa possibilidade, homens inteligentes reagiram com superlativos. Musk comparou o ato de criar I.A. com invocar o demônio. Hawking afirmou que o advento da I.A. será o maior evento da história humana. “Infelizmente, poderia também ser o último, a não ser que aprendamos a evitar os riscos”, disse. O astrofísico tocou no ponto certo. Nenhum dos estudiosos imagina interromper o avanço científico. Eles apenas ponderam que, antes de criar I.A., precisaremos criar regras para que seja seguro usá-la – ou conviver com ela.

Disponível em: <http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2015/04/o-perigo-da-inteligencia-artificial-parahumanidade.html>. Acesso em: 2 de ago. 2015. [Adaptado]

O propósito comunicativo dominante no texto é

Alternativas
Comentários
  • O texto inteiro apresenta uma série de riscos para a humanidade com a evolução das inteligências artificiais. A parte colocada pela banca como gabarito ocupa apenas a última linha e ela me diz que é a dominante??? Realmente, não dá pra entender a Comperve, é uma piada em Português o que ela faz com os candidatos. Espero que alguém consiga me explicar esse gabarito, porque se aparecer 10 vezes pra mim essa questão, eu erro 11

  • Concordo com você Guilherme, também errei essa questão. O próprio título nos induz a marcar a letra D. Porém, creio que o erro da letra D seja por causa de: "perigos iminentes", ou seja, como sendo algo próximo.

    Em contrapartida com o que o parágrafo 3º do texto fala: "Na média, eles estimaram em 50% a chance de surgir, até 2050, uma I.A. capaz de assumir a maior parte das profissões humanas e em 90% a chance de isso ocorrer até 2075."

  • Até concordo Luara. Mas mesmo assim é imoral essa questão. Até porque dependendo da interpretação 2050 pode ser algo muito proximo para uma criação tão vultosa.Eu pretendo estar viva em 2050. É com certeza mais cabivel a letra D. Deve ser por que o elaborador é de fundo de quintal mesmo. Porque não é a primeira questão desse tipo.

  • Uma pessoa que não sabe interpretar um texto acertaria facilmente essa questão, pois só lembraria do último parágrafo, enquanto nós, simples mortais, buscaria ver todo o contexto e nos ferramos, como aconteceu nessa qustão.

    LAMENTÁVEL!!!!!! 

  • Infelizmente, não adianta brigar com a banca, apenas entender como ela pode cobrar a interpretação na prova. Essa questão reflete bem o estilo da Comperve.

  • Nem na baixa da égua o proposito dominante é essa A. 

    É a d. Guilherme, concordo em gênero e grau contigo.

    O ruim de fazer concurso para banca pequena é exatamente isso: não ter uma guerra de recursos contra essas questões.

     

  • Realmente a COMPERVE é uma sacana com as questões de interpretação. O que se deve sempre observar é o verbo da assertiva. No caso aqui, eles perguntam se o propósito dominante é DEFENDER, ALERTAR, TRAÇAR UM PERCURSO ou APRESENTAR algo.

     

    Como se trata de um texto argumentativo, só cabe o DEFENDER; todas as outras opções se encaixariam em um texto descritivo, ou informativo, pois ninguém traça, alerta ou apresenta uma tese (argumenetos), mas defende-se.

     

    Depois é só confirmar lendo o resto da assertiva pra ver se dá certo. Na conclusão, o "defender regras" fica explícito, então é como se todo o texto fossem argumentos que chegaram a essa conclusão. Portanto, está correta a alternativa A.

     

    E é assim que se resolvem questões de interpretação da COMPERVE!

  • A comperve sem dúvidas, nos deixa bastante confusos no que diz respeito a interpretação. Também errei a questão marquei a letra (D). Fico triste, pois vou prestar o concurso de Nova cruz RN no dia 25 de fevereiro.

  • Nunca imaginaria que a resposta seria A. Se isso é algo dominante no texto, como é que só aparece na última linha?  

  •  Eles apenas ponderam que, antes de criar I.A., precisaremos criar regras para que seja seguro usá-la – ou conviver com ela.

  • Cesar Medeiros, foi certeiro na sua explanação!

  • Tbm estou dentro do grupo que respondeu D. (MAIORIA)

    Nunca pensei que uma simples frase na última linha do texto fosse responsável, por todo o contexto. êiê

    Incorporar o gênio da lâmpada pra responder essas questões de interpretação da Comperve.

     

    gab: A 

  • A D seria o argumento dominante e não o propósito dominante do texto.

  • Errei. Só no quinto e último parágrafo que o enunciador trata de regras de convivência entre a humanidade e inteligência artificial.

  • Bateu o olho no último período do texto e correu pro abraço. Gab A