TEXTO 1
Este é um fragmento inicial do artigo “Foucault,
as Palavras e as Coisas”, de Fran Alvina, publicado
em setembro último no blog OUTRAS PALAVRAS.
Leia-o, atentamente e responda às questões propostas
a seguir:
“(…) Nas ‘democracias’ esvaziadas, não se tenta
usurpar apenas o poder político, mas também o sentido
dos termos. Por isso, a Resistência é também
um ato linguístico.”
Parafraseando um texto clássico de Michel Foucault,
As palavras e As Coisas [Le Mots et Les Choses],
que agora em 2016 completa 50 anos de sua
primeira edição, podemos afirmar que o poder se
exerce sobre as palavras e as coisas. E nesses dias
trágicos da vida nacional popular, tal se mostra cada
vez mais claramente. O pensador francês nos faz
ver ao longo de sua obra, arguta e perspicaz, que o
poder não se exerce apenas sob a forma dos aparelhos
repressores — ou seja, o poder não é apenas
aquele que se impõe pela força física, pela coação
do corpo. O poder também se faz no e por meio dos
discursos. Mesmo aqueles que não são proferidos
dos clássicos lugares do poder, são discursos de poder.
Por isso, o caráter discursivo do Golpe não é
menor que seu caráter político. São indissociáveis,
pois não há política sem discurso, não há vida polí-
tica sem a ação das palavras que significam e ressignificam
as coisas. Sem a palavra, sobra ao poder
apenas a coação física, mas essa forma, embora
possa ser mais rápida e direta, é menos sutil, portanto
mais fácil de ser denunciada.(…)
Fran Alavina.
http://outraspalavras.net/brasil/foucault-as-palavras-e-as-coisas/
Em relação ao trecho “Mesmo aqueles que não
são proferidos dos clássicos lugares do poder,
são discursos de poder.”, do TEXTO 1, é correto
afirmar que os discursos de poder: