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ID
2394013
Banca
CS-UFG
Órgão
UFG
Ano
2017
Provas
Disciplina
Psiquiatria
Assuntos

P., de 22 anos, apresenta um padrão estável e persistente da experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas de sua cultura, apresentando tal padrão desde a adolescência. Demonstra déficits sociais e interpessoais com grande desconforto nos relacionamentos, ideias de referência, tem fortes crenças em telepatia, desconfiança, afeto constrito, ausência de amigos, aparência excêntrica, ansiedade social excessiva. Qual é o transtorno da personalidade de P.?

Alternativas
Comentários
  • O transtorno da personalidade esquizotípica é caracterizado pela capacidade reduzida para relacionamentos sociais ou íntimos, distorções cognitivas, perceptivas e comportamento excêntrico. Estas distorções podem incluir ideias (não delírios) de crenças bizarras ou pensamento mágico, experiências perceptivas incomuns e desconfiança. Os pacientes podem, por exemplo, sentir a presença de outra pessoa na sala com eles, ouvir uma voz murmurando seu nome ou pensar que os outros estão falando com eles. Entretanto, não são psicóticos; eles são capazes de testar a realidade e podem geralmente reconhecer que tais distorções são geradas interna e não externamente. 

    Este transtorno é diferenciado da esquizofrenia pela ausência de psicose persistente ou de sintomas que satisfaçam os critérios totais para esquizofrenia. O transtorno da personalidade esquizotípica pode ser uma variante mais moderada, mais do tipo traço, ou pode representar os aspectos centrais da esquizofrenia. Estas distorções estão em claro desacordo com as normas culturais. São persistentes, isto é, não ocorrem apenas em períodos de estresse emocional ou períodos de depressão, ansiedade ou raiva.
    O discurso das pessoas com transtorno da personalidade esquizotípica pode ser vago, metafórico, excessivamente elaborado ou estereotipado, em suma, bizarro. Por exemplo, um paciente descreveu sua depressão da seguinte forma: “Eu fui arrastado; os referentes não estavam operando”.

    As pessoas com transtorno da personalidade esquizotípica têm dificuldade em lidar com todo tipo de afeto. Eles, portanto, acham difícil envolver-se em conversas casuais ou significativas e na maioria das vezes relacionam-se de forma inadequada, fria ou reservada. Como resultado da dificuldade em lidar com as situações sociais, excentricidades ou falta de desejo por relacionamentos, não têm amigos íntimos ou confidentes, além dos parentes próximos ou, eventualmente o cônjuge. Suas graves dificuldades de relacionamento podem exacerbar suas prováveis disfunções profissionais.