Questão 2401312

• Banca: CESPE / CEBRASPE
• Órgão: SEDF
• Ano: 2017
• Provas: CESPE - 2017 - SEDF - Professor de Educação Básica - História
• Disciplina: História
• Assuntos: História Geral

Texto 15A1AAA

Segundo Klaus Bergmann, refletir sobre a História a partir da preocupação da didática da História significa investigar o que é apreendido no ensino da disciplina (é a tarefa empírica da didática da História), o que pode ser apreendido (é a tarefa reflexiva) e o que deveria ser apreendido (é a tarefa normativa). Isso significa dizer que, na discussão da natureza e das dimensões do saber histórico escolar, é preciso considerar as múltiplas faces desse saber, desde os planos de prescrição até as representações difundidas a seu respeito e os efeitos da consciência histórica dentro e fora da escola, sem desprezar os processos objetivos de apreensão do conhecimento histórico pelos alunos e a construção de conceitos dele derivados. Os livros didáticos se apresentam como uma das mais importantes formas de currículo semielaborado, que nasce a partir de distintas visões e recortes acerca da cultura.

Sonia Regina Miranda e Tania Regina de Luca. O livro didático de história hoje: um panorama a partir do PNLD. In: Revista Brasileira de História. ANPUH, vol. 24, n.º 48, jul.-dez./2004, p. 134 (com adaptações).

Considerando o texto 15A1AAA como referência inicial e os aspectos inerentes ao ensino de História, julgue o item seguinte.

Infere-se do texto que a tarefa normativa da didática da História, tal como compreendida atualmente, retira a relevância do fato histórico como objeto de estudo em sala de aula.

• C. Certo
• E. Errado

Gabarito: E

Comentários

• ERRADO

  A tarefa normativa não retira o que é relevante do fato histórico como objeto de estudo que é exatamente o que seria de importante aprender para os dias atuais.

  O texto explica que a tarefa normativa é justamente o que deve ser aprendido, ou seja, o que é relevante. Esta realidade está inserida na tarefa reflexiva que é o que pode ser aprendido, o universo de possibilidades.

• Em 1990 foi publicado na Revista Brasileira de História, pela primeira vez, uma tradução da publicação do grupo alemão que pode ser considerado entre os pioneiros que procuravam estabelecer uma mudança de paradigma acerca da Didática da História. Entre eles há que se dar destaque a Klaus Bergmann.
  
  De uma forma genérica pode-se dizer que a premissa fundamental desta mudança e, ao mesmo tempo, conclusão , é que a Didática da História está mais próxima da História enquanto tal do que da Pedagogia. E, ao fazer tal aproximação , Bergmann estabelece três facetas do saber histórico. Isto é apresentado pelas autoras no trecho transcrito na questão. É importante observar que não é feita uma hierarquização entre “o que deveria ser apreendido ([..] tarefa normativa)" ,“ a tarefa empírica da didática da História), “ o que pode ser apreendido (é a tarefa reflexiva)" .
  
  Além disso as autoras destacam que “ na discussão da natureza e das dimensões do saber histórico escolar, é preciso considerar as múltiplas faces desse saber, desde os planos de prescrição até as representações difundidas a seu respeito e os efeitos da consciência histórica dentro e fora da escola, sem desprezar os processos objetivos de apreensão do conhecimento histórico pelos alunos e a construção de conceitos dele derivados." É possível considerar esta parte como aquela em que reside o fundamento- base do trecho transcrito. 
  E, quando se referem aos “ processos objetivos na apreensão do conhecimento “ não estão desqualificando a importância do trabalho com o fato histórico em sala de aula mas mostrando que esta etapa é UMA das facetas da Didática da História. Por conseguinte entende-se que a afirmativa proposta está incorreta .
  
  Para maiores esclarecimentos vale a consulta de BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Disciplinas escolares: história e pesquisa. In: OLIVEIRA, Marcus Aurelio Taborda de; RANZI, Serlei Maria Fischer. História das disciplinas escolares no Brasil: contribuições para o debate. Bragança Paulista: Edusf, 2003. Ou ainda BERGMANN, K. A história na reflexão didática. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 9, n. 19, p. 29-42, fev. 1990. 
  
  
  Gabarito do Professor: ERRADO.