O termo conversão surge pela primeira vez nos trabalhos de Sigmund Freud e Josef Breuer em 1894, para designar um sintoma motor em substituição a uma ideia reprimida. A avaliação de um paciente com suspeita de um quadro conversivo ou dissociativo passa pelo desafio de se excluir uma condição médica geral, uso de substância ou doença neurológica que justifique ou explique a presença dos sintomas motores/sensitivos (paralisias, convulsões, anestesias, ataxias), no caso de conversão; ou de perturbações das funções mnésticas e integradoras da consciência (amnésias, fugas, transes, despersonalizações), no caso de dissociação. Cabe ainda investigar se os sintomas apresentados podem ser de natureza voluntária e motivação consciente (sintoma simulado), com objetivos externos evidentes, ou de natureza voluntária, mas com motivação inconsciente (sintoma factício), onde não há benefício externo, mas o desejo de estar “doente”. Deve-se lembrar, entretanto que, embora o diagnóstico de conversão ou dissociação só possa ser realizado na ausência de condição médica geral, uso de substância ou doença neurológica que explique os sintomas, o contrário não é verdade, ou seja, a presença de conversão ou dissociação não exclui a presença dos anteriores.
Transtorno Conversivo
Critérios Diagnósticos
A. Um ou mais sintomas de função motora ou sensorial alterada.
B. Achados físicos evidenciam incompatibilidade entre o sintoma e as condições médicas ou neurológicas
encontradas.
C. O sintoma ou déficit não é mais bem explicado por outro transtorno mental ou médico.
D. O sintoma ou déficit causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social,
profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo ou requer avaliação médica.
Nota para codificação: O código da CID-9-MC para transtorno conversivo é 300.11, o qual é atribuído
independentemente do tipo de sintoma. O código da CID-10-MC depende do tipo de sintoma
(ver a seguir).
Especificar o tipo de sintoma:
(F44.4) Com fraqueza ou paralisia
(F44.4) Com movimento anormal (p. ex., tremor, movimento distônico, mioclonia, distúrbio da marcha)
(F44.4) Com sintomas de deglutição
(F.44.4) Com sintoma de fala (p. ex., disfonia, fala arrastada)
(F.44.5) Com ataques ou convulsões
(F.44.6) Com anestesia ou perda sensorial
(F.44.6) Com sintoma sensorial especial (p. ex., perturbação visual, olfatória ou auditiva)
(F44.7) Com sintomas mistos
Especificar se:
Episódio agudo: Sintomas presentes há menos de seis meses.
Persistente: Sintomas ocorrendo há seis meses ou mais.
Especificar se:
Com estressor psicológico (especificar estressor)
Sem estressor psicológico
DSM 5
Transtornos Dissociativos- resumo--- ( Conversivos CID 10)
COMUM: Perda parcial ou completa da integração normal entre as : Memórias do passado, consciência da identidade, sensações imediatas e controle dos movimentos corporais.
O aspecto comum aos transtornos dissociativos (ou conversivos) é uma perda parcial ou completa da integração normal entre a noção de identidade, as sensações imediatas, as memórias do passado e o controle dos movimentos do corpo.