Montaño (2002), apresenta que a análise sobre o terceiro setor deveria partir das mudanças nas esferas produtivas e a reforma do Estado, ou seja, o autor avalia que as definições deveriam surgir analisando um contexto mais abrangente, já que as existentes são oriundas de um pensamento de um fenômeno isolado. Esse fenômeno é a crescente participação da sociedade civil em atividades que deveriam ser disponibilizadas pelo poder público. O autor complementa,
[...] No entanto, alguma coisa está efetivamente ocorrendo na atualidade; a sociedade civil está desenvolvendo atividades antes atribuídas ai Estado. Negar levianamente a existência dessa novidade (por alguns chamada de ‘’terceiro setor’’) poderia nos levar a não considerar as mudanças em processo no trato da ‘’questão social’’. Porém aceitar sem mais nem menos o ‘’terceiro setor’’, tal como vem dos seus teóricos, como sendo as organizações de uma ‘’sociedade civil, autonomizada do Estado e do mercado e desarticulada do processo histórico de reforma do capital (como em geral está presente no debate), nos levaria a uma esquizofrênica visão romântica da realidade: ‘’O neoliberalismo está reformando o Estado, mas os setores progressistas estariam dando a resposta na sociedade civil’' (p.183).
http://www.inf.aedb.br/seget/artigos12/2316610.pdf
MONTAÑO, Carlos. Terceiro setor e questão social: crítica ao padrão emergente de intervenção social. São Paulo: Cortez, 2002
Deus é Fiel